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A mostrar mensagens de agosto, 2014

O horizonte proposto

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J.-M. Nobre-Correia Televisão : As caraterísticas que dominam os programas dos operadores de telecomunicações são a mediocridade e a omnipresença da produção estado-unidense… Os portugueses admitem tudo. Suportam tudo. Habituam-se a tudo. Nomeadamente no que diz respeito aos operadores de telecomunicações. Operadores que praticam preços exageradamente elevados em comparação com os praticados em países europeus com poder de compra bastante mais elevado. Mas operadores que, em matéria de média tradicionais, propõem programas de televisão de uma inacreditável mediocridade. Evidentemente, não se trata aqui de evocar a mediocridade congenital das televisões portuguesas. Mediocridade de que os operadores de telecomunicações não são responsáveis. Mas sim da mediocridade global dos programas de origem estrangeira que são propostos aos assinantes. Com numerosas televisões que emitem em línguas que só meia dúzia de funcionários de embaixadas estrangeiras compreenderão. E umas

As belas histórias do microcosmos…

J-M. Nobre-Correia Média : No Sol da semana passada, José António Saraiva relata três ou quatro episódios do meio mediático-jornalístico particularmente significativos da maneira como funciona e dececiona… Aparentemente, ninguém reagiu. Questão de hábito, de tradição, de cultura nacional, dirão alguns. É possível. Só que, para além da fronteira portuguesa, um texto desta natureza teria provocado um sério burburinho no meio mediático. E até mesmo para além deste meio. Vindo como vem de um jornalista no ativo. E que mais é : do diretor de um jornal que apesar de tudo conta na sociedade portuguesa… José António Saraiva, diretor do semanário Sol , publicou na sexta-feira 22 de agosto um texto (a que ele chama “crónica”) intitulado “Repouse em Paz”. Tratava-se de facto de duas páginas (do suplemento Tabu ) a propósito do falecimento de Emídio Rangel. Páginas nas quais Saraiva evocava uma história edificante sobre o funcionamento do meio mediático português. E a notíc

A triste realidade...

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J.-M. Nobre-Correia Jornalismo : A atualidade recente provoca muitas críticas à prática da informação, quando a situação global dos média nacionais não permite de facto fazer muito mais… Uma vez mais as acusações chovem sobre o jornalismo praticado em Portugal. A propósito sobretudo da atualidade referente ao BES. E também, mas muito menos, sobre o desfecho judicial dos acontecimentos ligados às mortes em dezembro na praia do Meco. Pelo que conviria salientar certas evidências que, aparentemente, não o são suficientemente. A primeira destas evidências é a que leva a constatar que o “grande jornalismo” de investigação como de análise se pratica antes do mais nos grandes países. Isto é : nos países cuja demografia propõe uma audiência suficientemente larga aos média. Porque, ressalvadas algumas particularidades (nomeadamente em termos de informação regional), a estrutura de custos da produção editorial de um jornal é relativamente idêntica. Quando o potencial de renta

A deceção de uma promessa

J.-M. Nobre-Correia Média : Estranhamente, a história da imprensa, da rádio e da televisão nos anos 1974-75 tem sido largamente descurada. Um livro recente parecia constituir uma primeira abordagem global do tema : amarga ilusão !… Excelente título para um livro : A Revolução dos média [ 1 ] . Não pela originalidade. Mas pelo facto de permitir duas interpretações : a revolução vista, relatada pelos média ; e a revolução, a rutura operada nos média. Dois tipos de análises espantosamente inexistentes, 40 anos depois dos acontecimentos de 1974-75. Só que o livro em questão é dececionante. Tanto no que diz respeito à primeira perspetiva como à segunda. Porque de facto não se trata nem de uma nem de outra. Pior ainda : o livro tem dois coordenadores, mas não aparenta ter havido qualquer coordenação. Terá havido sim uma solicitação de textos primeiro e uma recolha de textos em seguida, nada mais. Pela boa e simples razão que não há qualquer linha de orientação metodológic