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A mostrar mensagens de outubro, 2014

Três princípios essenciais

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J.-M. Nobre-Correia Planeta Média : Durante quase sete anos, esta rubrica procurou observar o que se passava nos média europeus e praticar a crónica segundo os critérios europeus na matéria… Tudo tem um princípio. E, ao que parece, tudo tem necessariamente um fim. O que é certo, em todo o caso, é que esta é a última rubrica “Planeta Média”. Após quase sete anos e mais exatamente 320 semanas. Pontualmente, aos sábados, sem exceção alguma, a não ser as quatro semanas de férias de verão previstas por contrato. E pontualmente com os dois mil carateres da crónica e os mil partilhados em três breves, apertadamente impostos pela direção precedente do Diário de Notícias . Três grandes princípios nortearam a conceção da rubrica. Em primeiro lugar, uma abordagem dos média e do jornalismo numa perspetiva europeia, procurando escapar ao “provincianismo” nacional. Abordagem autorizada por mais de 45 anos de vida no centro da Europa e mais precisamente na “capital” da União Euro

As inesperadas surpresas

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J.-M. Nobre-Correia Edições digitais : Há uns dez anos, estava assente que os jornais em papel iriam desaparecer. Só que a tecnologia deu uma nova juventude às antigas marcas fortes… A revolução dos médias está a desenrolar-se sob os nossos olhos. Tomando contornos inesperados. Sem que os cidadãos tenham verdadeiramente consciência do que se está a passar. E sem que os editores se apercebam sempre das especificidades desses contornos e tomem as necessárias disposições para afrontarem a nova situação. Assim, no início dos anos 2000, os diários impressos pareciam condenados. As vendas baixavam aceleradamente. E as camadas jovens arredavam-se estrondosamente da leitura dos jornais em papel. O “leitorado” não se renovava e era cada vez mais constituído por gente de idade madura, dotada, é certo, de um nível de instrução e de um poder de compra geralmente elevados. Enquanto que os jovens liam sobretudo jornais gratuitos. Ora, nos fins da primeira década de 2000, assis

Os riscos de uma ilusão

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J.-M. Nobre-Correia GMCS – CCDR : O governo toma decisões que, à primeira vista, poderão parecer positivas. Mas, na realidade, trata-se de pura aparência. E a “captura política” será ainda mais acentuada… O Gabinete para os Meios de Comunicação Social vai desaparecer : boa decisão, provavelmente. Teria o GMCS uma produção interessante e uma atividade eficiente para justificar uma equipa de umas 30 pessoas ? Que se saiba, não. Liquide-se pois o que é de uma utilidade duvidosa, em todo o caso residual, quando a ERC já tinha sido criada em 2005. As competências em matéria de atribuição dos incentivos aos média regionais e locais passarão para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais. E ministro e secretário de Estado aproveitam a ocasião para fazer belos discursos. Sobre a eliminação do “risco de captura política” que o GMCS representava. A indispensável garantia de “independência, coerência e transparência dos apoios”. A necessária “descentralização da

Colóquios "à portuguesa"…

J.-M. Nobre-Correia Quando os patológicos atrasos e as não menos compulsivas   improvisações, associados a repetitivos exercícios de hetero-autoestima, fazem de manifestações de cultura feiras de mundanidades e de vaidades… Vindo de fora, do estrangeiro, habituado a colóquios em Espanha ou na Polónia, na Alemanha ou na Itália, o participante em eventos idênticos em Portugal fica geralmente espantado. Porque são muitas as caraterísticas que os diferenciam dos congéneres no resto da Europa… Neste país “à beira-mar plantado”, os colóquios (ou congressos, conferências,…) começam rarissimamente à hora prevista, mas, de preferência, com uma boa meia hora de atraso. Depois, os oradores nacionais começam sempre por fazer grandes agradecimentos a uma série de pessoas, quando se supõe que já os teriam feito aquando do convite para a participação no colóquio. Muito rapidamente, o público mais atento apercebe-se que boa parte dos oradores não preparou seriamente as intervençõ