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A mostrar mensagens de setembro, 2016

A perda de autonomia anunciada…

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J.-M. Nobre-Correia Para o mediólogo, professor emérito da Université Libre de Bruxelles, a presença de interesses estrangeiros nos média é inquietante Decididamente, a indiferença dos meios dirigentes políticos, económicos, sociais e culturais ao que se passa nos média portugueses é absolutamente espantosa ! Talvez até nem possa ser comparada à de idênticos meios dirigentes de outros países europeus. E, no entanto, a situação tem progressivamente vindo a tornar-se preocupante, altamente preocupante… Foram primeiro espanhóis, foram depois angolanos, são agora chineses. Só que no que diz respeito aos primeiros, trata-se de gente vinda de um país democrático e membro da União Europeia. Embora, historicamente, as ambições latentes no subconsciente de grande parte dos nossos vizinhos não seja propriamente pacifica no que diz respeito a Portugal. Quanto aos angolanos e aos chineses, já a questão se formula em termos totalmente diferentes. Trata-se, num caso como no outro, de ge

"Exclusividades" instrumentalizadoras

J.-M. Nobre-Correia Média : Em média com redações pobres em meios humanos e financeiros, há notícias que aparecem regularmente que mais não são do que fruto de manobras de grupos de interesses ou de ambições puramente pessoais… De repente, um jornal anuncia a futura nomeação de tal pessoa para tal importante lugar. Geralmente, a “exclusividade” é de um só jornal. Por razões evidentes, tal notícia aparece muito raramente em vários jornais aos mesmo tempo. E, boa parte dos jornalistas, que vivem no interior do mecanismo de “fabricação das notícias”, compreende logo do que se trata. Ou, pelo menos, quais são as hipóteses possíveis por que tal notícia surja assim inesperadamente. Mas os consumidores de informação, os cidadãos, desconhecem o percurso de tal notícia e como é que foi depois eventualmente repercutida noutros jornais. Até porque estes não querem dar a impressão de estar menos bem informados do que aquele que anunciou a exclusividade. Sobretudo agora que os média funci

Estas originalidades anacrónicas…

J.-M. Nobre-Correia Média : Há por aí práticas jornalísticas de tal modo correntes que foram progressivamente interiorizadas pelos cidadãos. Avancemos porém umas breves notas críticas soltas sobre algumas que marcaram a semana… 1 . O grande tema jornalístico destes dias é a entrevista dada pelo juiz de instrução da denominada “operação Marquês” à Sic . Ora, não é nada normal que um juiz de instrução dê uma entrevista fazendo alusões indiretas (que toda a gente compreendeu) ao caso que está a investigar desde há três anos. Nem que faça insinuações sobre “escutas” de que diz estar a ser vítima, quando nunca apresentou queixa alguma sobre esta matéria. Numa democracia de sólidas tradições democráticas ele teria sido imediatamente chamado publicamente à ordem pela sua hierarquia por estas razões. Mas estamos em Portugal, país onde os princípios de deontologia e de ética são de uma grande flexibilidade… Por outro lado, que uma estação de televisão procure anteceder os demais conco