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A mostrar mensagens de abril, 2017

Anomalias e incertezas

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J.-M. Nobre-Correia Política : A campanha para as eleições presidenciais marcará data na história de França. Até porque nada se passou na relativa quietude habitual. E porque as consequências são demasiado imprevisíveis… Decididamente, a campanha para as eleições presidenciais em França terá sido do início ao fim marcada por toda uma série de anomalias. O que a transformou num oceano de incertezas não só sobre os destinos da França como também da União Europeia. Para além de anunciar muito provavelmente uma nova cartografia da paisagem político-partidária francesa que não deixará de ter repercussões no resto da Europa [ 1 ] … A primeira anomalia constituiu uma surpresa em três planos. Emmanuel Macron, ministro da Economia sem etiqueta política, funda um movimento político (em abril de 2016) cinco meses antes de se demitir das suas funções ministeriais. Demitiu-se depois (em agosto), oito meses apenas antes do fim do mandato presidencial de François Hollande, dando assim a impre

O argueiro e a trave

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J.-M. Nobre-Correia Média : O telejornal da RTP 1 é um reflexo de vaidades num oceano de inconsistência e de irresponsabilidade… Anda por aí uma polémica daquelas de que o meio mediático português tem o segredo. Ou melhor : de que só o microcosmos jornalístico lisboeta sabe confeccionar a receita. E isto porque, como noutros países, os jornalistas estimam ter o direito (e devem de facto tê-lo) de se interrogarem sobre tudo e todos, e, se necessário, criticarem as opiniões de uns ou os feitos de outros, mas não suportam que alguém possa também fazê-lo sobre a maneira como praticam o ofício. Esta rejeição é tanto mais inflexível quanto a “classe” vive como num bocal, conhecendo-se uns aos outros, frequentando os mesmos lugares e manifestações de toda a ordem, quando não conviveram nas mesmas escolas, em próximos círculos de família ou de amigos, e até tiveram os/as mesmos/as namorados/as. O que os torna ainda mais susceptíveis em relação às críticas vindas do exterior, considera

Cegueira e imobilismo

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J.-M. Nobre-Correia Média :  No caso da ERC, a atitude dos partidos (do governo, da maioria parlamentar e da oposição) é perfeitamente confrangedora… Para quem fez toda a carreira profissional no estrangeiro e viveu toda a vida de adulto lá fora (com um regresso recente ao país) há em Portugal coisas de espantar. Assim a apatia mais ou menos geral da sociedade civil a acontecimentos e decisões que marcarão o destino dos portugueses. Ou a indiferença com que os partidos políticos preferem fazer que não veem flagrantes anomalias no funcionamento da democracia… Mesmo quando a arquitetura parlamentar e governamental muda de maneira marcante, nada de substancial muda em certas matérias. É o caso da paisagem mediática : Portugal tem a imprensa mais frágil de toda a Europa ocidental. Tanto no que diz respeito ao reduzido número de diários e semanários de informação geral como às tiragens diminutas destes. E no entanto, neste “tempo novo” da vida política, nada, absolutamen