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A mostrar mensagens de setembro, 2019

Questões de democracia e de calendário

J.-M. Nobre-Correia Dizem os francófonos, naquela que é minha outra língua, que …il y a des choses qu’on ne dit pas, mais cela va mieux en le disant.  Com duas traduções possíveis : há coisas que não se dizem, mas mais vale dizê-las / sentimo-nos melhor dizendo-as ! Tenho para mim, há muitos, muitos anos, que há três instituições que não foram devidamente democratizadas depois do 25 de Abril : a Justiça (eternamente insatisfatória, lenta e conservadora), a Diplomacia (elitista, mundana e conservadora) e as Forças Armadas (tendo o 25 de Abril tido como origem um golpe militar, quem não foi saneado foi sobrevivendo entre os sobressaltos da democracia). E, pelo menos no que diz respeito à Justiça e às Forças Armadas, é manifesto que elas vivem em roda livre, longe do controlo mais elementar das instituições democráticas. O que se está a passar atualmente com a Justiça e com as Forças Armadas é significativo. Manifestamente na (inacreditável e escandalosa) questão de Tancos, os mili

Portugal : le "modèle". Quel modèle ?

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La droite comme l’extrême gauche annonçaient l’expérience de majorité parlementaire de gauche comme condamnée d’avance. Quatre ans après, en fin de législature, le bilan est largement satisfaisant et annonce peut-être même un avenir prometteur… Soudain, après avoir ignoré « l’expérience portugaise »  [1] , l’Europe, de Madrid à Bruxelles en tout cas, se met à évoquer « le modèle portugais ». Mais est-ce qu’il s’agit vraiment d’un « modèle » ? Et en quoi consiste-t-il ? La première chose qu’il faut savoir c’est que le « modèle portugais » n’a vraiment pas été le fruit d’une élaboration stratégique préalable. Ce fut plutôt la conséquence de deux événements malheureux. D’abord, une coalition de droite, réunissant PSD et CDS  [2] , qui a gouverné le pays de juin 2011 à novembre 2015, rabotant de nombreux acquis sociaux, augmentant fortement le chômage, poussant à l’émigration, remettant entre les mains d’intérêts étrangers bon nombre d’entreprises majeures du tissu économique, laiss