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A mostrar mensagens de setembro, 2021

Uma incompreensível suscetibilidade

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  J.-M. Nobre-Correia Poderão os telejornais da RTP ser objeto de crítica sem que o chavão da “censura” seja brandido para tentar intimidar os autores?… É claro que boa parte dos cidadãos não se dá conta. Até porque sempre conheceu esta maneira de funcionar. Mas há também quem frequente rádios e televisões de outros países europeus. Ou que tenha vivido longos anos longe, sem contactos durante muito tempo com as estações portuguesas. E que, por isso mesmo, saiba comparar com outras maneiras de produzir entretenimento como informação. O que leva naturalmente a uma atitude crítica para com o que rádios e televisões propõem em Portugal. Tal atitude manifesta-se sobretudo em relação à televisão. Até porque ela é, há longos anos, o ator dominante da paisagem mediática. E, claro está, a crítica endereça-se a maior parte das vezes à RTP. Porque é ela que faz parte há mais tempo do património cultural português. Porque é considerada como “serviço público” e, por isso mesmo, paga naturalmente po

Era uma vez o pluralismo…

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J.-M. Nobre-Correia Há coisa de meio século a paisagem mediática europeia parecia libertar-se da inevitabilidade do declínio e do garrote que a sufocava… Nos anos 1960-1970 uma lufada de ar fresco percorre a Europa dos média. No entre-duas-guerras e depois da Segunda Guerra Mundial, muitos jornais e rádios desaparecem. Por razões sobretudo económicas no caso dos jornais. Por razões técnico-legais no que se refere às segundas. Mas agora, as novas tecnologias em matéria de imprensa, de som e de vídeo abrem as portas à criação de novas publicações e novos emissores. Seja embora necessário, no caso do audiovisual, emitir ainda a partir de fora das fronteiras nacionais ou em perfeita ilegalidade no próprio país. Quando, perante novas tecnologias que tornam inevitável a abertura do sector audiovisual ao pluralismo público-privado e à proliferação de estações privadas, a legalidade instituída passa nos anos 1970-1980 a reconhecer uma situação de facto. O sentimento geral é de entrarmos então

Como se faz jornalismo em Portugal?…

J.-M. Nobre-Correia Será interessante ver, hoje às 13h00 e 20h00 nas televisões generalistas e amanhã nos diários ditos “nacionais”, como as redações dos grandes média portugueses praticarão a seleção e a hierarquização dos factos de atualidade… O grande acontecimento do dia é a morte de Jorge Sampaio, personagem maior da história contemporânea nacional. O “acontecimento” de amanhã será a comemoração do “11 de Setembro” estado-unidense, que se transformou num assunto anual “obrigatório” para a grande maioria dos média europeus desde o primeiro aniversário em setembro de 2002 (Veremos se em 2013, pelo menos, os média europeus evocarão o 50° aniversário do “11 de Setembro” chileno de que raramente se lembram!). Sabia-se que Jorge Sampaio estava gravemente doente e hospitalizado. Pelo que as redações deveriam ter peças necrológicas (texto, foto, som, vídeo) devidamente preparadas há muito tempo, desde que ocupou as altas funções que foram as suas, depois dos graves acidentes de saúde que