Deixem-me fazer uma confissão

Não tenho por hábito falar de mim, nem nos textos nem as fotos que ponho com bastante regularidade no Facebook. Deixem-me porém fazer hoje uma exceção…

Desde os meus 10-11 anos de idade que a informação de atualidade me seduz. A informação na rádio e nos jornais primeiro, e depois mais tarde em televisão. Miúdo, fazia jornais em casa e comecei a escrever em verdadeiros jornais aos 15 anos. No exílio, a minha primeira das duas formações académicas foi na área da informação e da comunicação. Foi nesta área que depois fui investigador e docente durante 41 anos em três países europeus diferentes. E é nessa área que tenho publicado centenas de artigos e uma dezena de livros (em francês e em português) como autor único.

Desde que resido em Portugal, já lá vão 11 anos, tenho tido momentos de curta duração em que, em matéria de televisão, me tenho limitado a ver os títulos inicias dos telejornais (…quando há títulos !), tão escabroso me parece em geral o tratamento da atualidade que é o deles.

De há vários dias para cá, deixei pura e simplesmente de ouvir os radiojornais e os telejornais, e quase me limito a folhear os quatro diários portugueses de que sou assinante das edições digitais. Mas, atenção !, continuo todos os dias a ler os diários de quatro países europeus de que sou assinante, a ver o telejornal da hora de almoço de um país e o telejornal da hora de jantar de outro país, e mais esporadicamente telejornais de outros países. E, graças à internet, oiço com uma certa regularidade radiojornais da manhã sobretudo de uma rádio estrangeira…

Se lhes conto isto tudo em termos pessoais é porque acho que a informação de atualidade em Portugal atravessa dias particularmente sombrios, horrivelmente insatisfatórios em termos jornalísticos, política e culturalmente inquietantes. O que explica o meu atual alheamento voluntário dos média portugueses.

Era só isto que eu lhes queria dizer aqui. Queiram pois desculpar esta breve declaração pública pessoal…

 

Comentários

  1. Tem plena razão. Inteoxicante mesmo, a nossa actual comunicação social.

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  2. É também isso que eu penso. E também recorro à leitura de jornais estrangeiros e vejo notícias em dois ou três canais estrangeiros.

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