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A mostrar mensagens de novembro, 2018

Um “comentador” do antigamente…

J.-M. Nobre-Correia O  Público  de terça-feira 27 de novembro publicou nada menos de dois « comentários » de Augusto M. Seabra : um sobre um realizador de cinema e outro sobre um cantor de ópera. Confesso nunca tal ter visto num diário de referência europeu, onde os comentários de cinema e de ópera são assumidos por especialistas diferentes e claramente confirmados em cada uma destas áreas culturais. Ora, o dito Seabra procede no caso do cinema como no caso da ópera com uma incrível ligeireza, inadmissível num diário de referência. No primeiro texto, Seabra afirma a certa altura, a propósito do filme  Antes da Revolução  « que Bertolucci fez na sua cidade — também a cidade de Verdi —, Parma ». Ora Verdi nasceu em Roncole (que se chama hoje Roncole Verdi !) na província de Parma, o que não é a mesma coisa que a cidade de Parma. Por outro lado, Seabra despacha em grande velocidade o filme  Novecento  de Bernardo Bertolucci : « Sim, Bertolucci fez filmes tão desastrados ou mesmo

Estas estranhas anomalias

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J.-M. Nobre-Correia Os média portugueses inventaram o estatuto e até a profissão de “comentador” que bota “opinião” em regime de concessão… O jornalismo português sofre de enfermidades que o impedem de se situar ao nível do que de melhor se faz no resto da Europa. E uma dessas enfermidades é a que reúne duas estranhas anomalias : a superabundância dos “comentadores” todo-o-terreno em regime de concessão e a entronização de políticos profissionais como “comentadores”. Os “comentadores” titulares (“residentes” !) dos média portugueses são de facto uma espécie de concessionários de espaço em papel ou em linha, ou de tempo de antena. Espaço com periodicidade e enquadramento preestabelecidos. E até, pasme-se, com variações de “escrita” autorizadas e adornos da intervenção do “comentador” estabelecidos por este… Nesse espaço concessionado, o “comentador” escreve ou fala sobre o que lhe apetece. Sem sequer se concertar previamente com a redação que o acolhe. Ou então, no audiovisual,