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A mostrar mensagens de março, 2021

Saudades de ma seconde patrie !

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  J.-M. Nobre-Correia Cela fait aujourd’hui exactement neuf ans que j’ai quitté Bruxelles et me suis installé dans mon pays et ma ville d’origine. Jusqu’à présent, je n’ai jamais regretté mon choix de revenir au Portugal, 45 ans et trois mois après l’avoir quitté. J’avais d’abord des raisons affectives pour le faire, même si deux autres raisons se sont avérées totalement dépourvues de pertinence. Quoi qu’il en soit, je m’y sens enfin citoyen à part entière, ce qui n’est point du tout négligeable. Pourtant, les déceptions sont grandes. Les rapports sociaux ne sont plus du tout ce qu’ils étaient vers le milieu des années 1960. Et ma ville d’origine, qui a fortement grandi, est plutôt un désert en termes de sociabilité. D’autant plus que mes amis d’enfance ou de jeunesse ont pratiquement disparu, entre ceux qui se sont installés ailleurs (et surtout dans cette gigantesque pompe d’absorption qu'est Lisbonne !) et ceux qui sont décédés. Dans les faits, mon superbe appart, avec vue impre

Eles é que não funcionam bem!…

J.-M. Nobre-Correia Vi à hora de almoço o telejornal da pública belga RTBF. E vi nomeadamente a maneira positiva como apresentaram a imagem de um (antigo) médico de 104 anos (repito: 104 anos), de Roulers, na Flandres Ocidental, a tomar a vacina Astra Zeneca: perfeitamente lúcido e bem-disposto. Uma sequência presentada por duas antigas alunas minhas. Passei depois para o telejornal da RTP …e dei logo com tudo o que não está a funcionar corretamente com a vacinação em Portugal! “Tudo uns incompetentes” no domínio da saúde pública, deixam eles diariamente compreender no telejornal… Ora, deixem-me que lhes diga, o que não funciona mesmo corretamente em Portugal é a informação jornalística. E sobretudo o que é de uma aflitiva mediocridade é a informação televisiva! Mas os jornalistas de televisão nem sequer se interrogam sobre a questão! E nem sequer se interrogam sobre o assunto agora, quando o irmão do apresentador Pisca-Pisca é candidato do partido facho em Cascais! Ora, é minha profun

Continua a campanha de alarmismo

  J.-M. Nobre-Correia O apresentador do telejornal das 13h00 da RTP continua a sua campanha diária de alarmismo em relação à vacina da Astra Zeneca. Supõe-se que o dito apresentador como o do telejornal das 20h00 (com o seu asqueroso pisca-pisca final) detêm carteira profissional de jornalista. E a Comissão da dita carteia nada diz e nada faz? Então para que serve?! Ai pois, pois: no formidável microcosmos jornalístico nacional a palavra de ordem é protegerem-se uns aos outros! Depois nós, simples cidadãos, pagamos as consequências, com uma informação indigente!…  

Estes insuportáveis telejornais

  J.-M. Nobre-Correia Estes apresentadores dos telejornais das 13h00 e das 20h00 da RTP estão a fazer tudo, tudo, para prosseguir e mesmo conseguir aumentar o alarmismo em torno da vacina Astra Zeneca. Vi hoje telejornais de dois países estrangeiros: Bélgica (a pública RTBF, às 13h00) e França (a privada TF1, às 20h00). E não vi este alarmismo miserável, absolutamente indecente e insuportável numa sociedade democrática!… É urgentíssimo que a próxima administração da RTP nomeie uma direção da informação competente, capaz de nos propor verdadeiros telejornais concebidos por verdadeiros jornalistas, em função de critérios de jornalismo rigoroso, sereno e exigente! Estou farto destas campanhas diárias provocadoras de emoções e de reações mais ou menos irracionais!

A lucidez, a coragem e o alarmismo

J.-M. Nobre-Correia Falei  longamente  neste últimos três dias com três velhos amigos belgas : um professor universitário de história, um professor universitário de sociologia e um jornalista-realizador de rádio e de televisão. Todos me manifestaram simpatia pelo atual vice-primeiro-ministro e ministro federal belga dos Assuntos Sociais e da Saúde Pública, Frank Vandenbroucke, pela sua "lucidez e coragem"  ao  ter mantido — contra ventos e marés — a vacinação com a vacina Astra Zeneca. Antigo ministro em várias ocasiões e antigo presidente do Socialistische Partij Anders (SPA), o partido socialista flamengo, Vandenbroucke foi chamado pelo seu partido para sair da situação de reformado e assumir a difícil situação sanitária da pandemia. Felizmente que Vandenbroucke não teve e não tem que enfrentar no dia-a-dia da sua ação governamental  o nefasto regime permanente de campanha  das televisões portuguesas!  Em terras do “Plat Pays” (de Jacques Brel) pratica-se jornalismo! Quero

Dinamismo e bandalheira

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J.-M. Nobre-Correia Numa localidade promovida a cidade há 33 anos, o dinamismo autárquico é essencial. Mas o civismo também o é… Nestes últimos nove anos, pelo menos, nunca tal dinamismo foi tão evidente: no centro do Fundão, a construção civil está em grande atividade. É a construção do novo grande edifício na “Avenida” (com varandas provavelmente largas de mais) e de outro por detrás, na Rua António Paulouro. É a reabilitação do Cine-Teatro Gardunha, tristemente deixado ao abandono há tantos anos, e a que vem agora juntar-se o espaço ao lado, na Rua Jornal do Fundão. É a reabilitação do Palácio Tudela, na Praça Velha, também ele desleixado há demasiados anos (embora haja que recear que o “fachadismo” dominante tenha sacrificado uma arquitetura e uma decoração talvez interessantes). É a construção entre a Casa Gascão e a Praça Municipal (mas o espaço é de tal modo exíguo que a criatividade arquitetural será bem necessária). É, um pouco mais longe, a transformação em alojamentos dos do

Como foi e é possível?

J.-M. Nobre-Correia Anda por aí uma rajada de tiros no Facebook e noutros sítios na internet sobre a atitude que Aníbal Cavaco Silva tomou hoje. Cavaco Silva assistiu à cerimónia da tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa, no seu segundo mandato de presidente da República. Depois abandonou o edifício da Assembleia da República sem cumprimentar Rebelo de Sousa, como tinha o dever de fazer por razões do mais elementar sentido de cidadania, de respeito democrático e de pura boa educação. Até porque aceitou o convite para assistir à cerimónia, quando, discretamente, poderia muito bem não ter-lhe dado seguimento. Vivi a minha vida profissional toda no estrangeiro, bem antes e depois do 25 de Abril e só voltei a instalar-me em Portugal durante o último mandato de Cavaco da Silva como presidente da República. O tempo suficientemente para me surpreender, espantar e chocar com as atitudes e os discursos do personagem considerado, no entanto, como “o primeiro magistrado da nação”! Mas aquilo

"Um ano de caos hospitalar"!

  J.-M. Nobre-Correia A deliciosa RTP, "televisão de serviço público", ao que parece, anuncia assim uma das sequências do telejornal das 13h00 de hoje  : “um ano de caos hospitalar” ! Manifestamente, o grande problema que se põe com esta tal "televisão de serviço público" é a maneira como os detentores da carteira de jornalista apresentam os assuntos, formulam as frases e escolhem as palavras utilizadas.   Há os que, como o Pisca-Pisca, que são manifestamente facciosos, conscientemente facciosos, nestas escolhas de temas e da sua hierarquização, na maneira como formulam as frases e nos termos que utilizam. Mas há também os que, penso eu generosamente, são simplesmente irresponsáveis, pouco cultos e até ligeiramente analfabetos.   Ousar escrever "um ano de caos hospitalar" deveria levar o autor de tal texto a ter que responder perante a direção da informação e a administração da RTP pela irresponsabilidade de tal formulação  facciosa e alarmista . Mas no pa

Um paroquialismo insatisfatório

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J.-M. Nobre-Correia O mundo mediático português vive manifestamente longe do que de melhor se faz por essa Europa fora. E não parece querer arredar pé… Durante longos, longos anos, os portugueses viveram demasiado fora da atualidade no mundo e até mesmo na Europa. Por razões geográficas, políticas e tecnológicas. Porque encalhados entre vizinhos de quem foram historicamente levados a desconfiar e um mar largo que poucas notícias dá, Portugal não estando naturalmente confrontado com a atualidade de países limítrofes, como o estão a Bélgica ou a Suíça, por exemplo. Mas também porque vários regimes ditatoriais sucessivos, e nomeadamente o que perdurou durante 48 anos, a polícia política e a censura, quiseram absolutamente mantê-los afastados da atualidade para além-fronteiras. Enquanto, em termos de telecomunicações, o potencial de contacto com o exterior era bastante limitado e, quando concretizado, era-o em condições técnicas insatisfatórias. Com o regresso da democracia, a situação geo