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A mostrar mensagens de abril, 2021

Outra explicação plausível

  J.-M. Nobre-Correia Média e jornalistas não gostaram nada, mesmo nada, da decisão do juiz Ivo Rosa. Eles lá devem ter as suas razões… Em matéria de média e de jornalismo, nas sociedades democráticas, nunca há verdadeiramente unanimidade. Existem sempre opiniões divergentes, possam elas ser largamente minoritárias e por vezes até puramente simbólicas. A decisão instrutória do juiz Ivo Rosa sobre a acusação do Ministério Público na designada “Operação Marquês” provocou manifestamente um enorme sobressalto nos meios mediáticos dominantes e mesmo naqueles que, sem o serem, contam junto da chamada “opinião pública”. Sobressalto acompanhado de críticas violentas a Ivo Rosa e, uma vez mais, a José Sócrates. Com alguns beliscões ao demorado e insatisfatório trabalho dos intervenientes do Ministério Público. Uma certa dose de ingenuidade levaria a considerar que tal posição violentamente crítica se explica por uma excelente e desejável interpretação do papel do jornalismo numa sociedade democ

Se o ridículo matasse…

  J.-M. Nobre-Correia Cidadãos atentos : já repararam quantas vezes Marcelo Rebelo de Sousa intervém em cada telejornal das 13h00 e das 20h00 da RTP, em sequências de imagens vídeo, em declarações ou em citações do que escreveu no sítio da Presidência ? Repararam sobretudo na omnipresença do dito Rebelo de Sousa nestes últimos dias, depois da sua tentativa de golpe anticonstitucional ?… Tenham agora a curiosidade de ir ver, durante alguns dias, os telejornais das televisões públicas espanhola, francesa, italiana, suíça, belga, alemã, britânica,… E vejam que, nalguns deles, passam-se semanas e semanas, e até por vezes meses, sem que o chefe do Estado apareça nos ecrãs de televisão a fazer declarações ou seja sequer citado. E reparem que em nenhum dos outros o chefe do Estado é objeto de uma sequência diária. Quando é que se porá fim a este lamentável “show” permanente ? E quando é que neste país se fará jornalismo televisivo a sério e não meras canalizações de imagens e de discursos pro

Pôr termo a esta desordem dos CTT !

  J.-M. Nobre-Correia Recebi hoje dois números do magazine belga de economia e finanças  Trends Tendances  (onde fui cronista em matéria de média) : o número de 18 de março e o de 25 de março. Como o magazine é datado das quintas-feiras e é posto nos correios nas quartas-feiras, quando regressei a Portugal recebia-o às sextas-feiras e por vezes às segundas. Quer dizer : dois ou cinco dias (dois ou três dias úteis) depois da expedição. Ora, desta vez o primeiro número chegou-me 19 dias depois da expedição e o segundo 12 dias depois. E chegaram os dois no mesmo dia ! Eu sei que o governo tem a atual complexa situação de pandemia a gerir e ela é a urgência absoluta. Mas, uma vez ultrapassada esta situação sanitária, o governo tem que tomar decisões drásticas em matéria de correios, para que Portugal não seja cada vez mais um triste exemplo de terceiro ou quarto-mundismo em matéria de encaminhamento e de distribuição da correspondência…

Os três erros de António Costa

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J.-M. Nobre-Correia O primeiro-ministro paga a decisão de querer governar em minoria, tolerar excessos do presidente e evitar enfrentar a questão mediática… Para quem reside em Portugal apenas há nove anos — após uma vida profissional inteira passada no estrangeiro, em velha democracia consolidada —, António Costa é uma grande surpresa como político e homem de Estado. Sobretudo quando o “retornado” viveu ainda na fase final do precedente governo, cuja ação foi antes do mais ideológica, decidida e executada por gente particularmente incompetente em boa parte dos casos. Porém, Costa cometeu três erros de que poderá muito bem pagar agora as consequências.  O primeiro destes erros  foi o de considerar que poderia, na primeira como na segunda legislaturas, governar em minoria parlamentar. Pensando ele, imagina-se, que os partidos à esquerda da Partido Socialista teriam tirado a lição do facto de terem contribuído para derrubar o governo de José Sócrates. E sobretudo que teriam tirado a liçã