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A mostrar mensagens de outubro, 2018

Breves notas de perplexidade…

J.-M. Nobre-Correia Estas duas últimas semanas foram férteis em acontecimentos inquietantes sobre o nosso Estado de direito e a nossa Democracia … Os acontecimentos das últimas duas semanas nos meios das Forças Armadas e da Justiça deixam um muito desagradável sentimento de que estas duas instituições vivem verdadeiramente em roda livre. À margem do Estado de direito e da Democracia. Sem se preocuparem muito nem com aquele nem com esta. E sem que os supostos autores dos atentados a um e a outra sejam imediatamente suspensos, postos fora do ativo, enquanto se desenrolam os devidos processos de instrução. Este sentimento em relação às Forças Armadas e à Justiça é extensivo às chamadas forças da ordem, que são aliás teoricamente um elo de ligação entre aquelas e esta. Mas que se ilustraram estes últimos dias com comportamentos absolutamente inaceitáveis. Quer no que diz respeito à publicação de fotos intoleráveis. Quer no que se refere à recente manifestação em frente da Assembleia

Sair desta aflitiva miséria

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J.-M. Nobre-Correia Portugal dispõe de uma paisagem mediática de informação que não está à altura de uma democracia moderna europeia… Dentro de um mês, o XXI governo constitucional completará três anos de vida. E o balanço da sua ação é mais ou menos contrastado segundo o posicionamento político de quem faz a avaliação. Há porém um sector em que a ação do governo foi inexistente. Até porque os dois titulares que se sucederam no Ministério da Cultura não manifestaram o mínimo interesse pela matéria. Ora, a situação dos média — é deles que se trata — é há longos anos caraterizada por uma profunda inadequação às necessidades de uma sociedade moderna em democracia. Não só porque a paisagem mediática impressa é a mais pobre de todas as da Europa ocidental, em termos de difusões como de pluralismo. Mas também porque as próprias paisagens radiofónica e televisiva são pouco diversificadas, no que diz respeito aos conteúdos como às estruturas de propriedade. A triste realidade é que o

Nova entrevista sobre o meu recente livro

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1-Qual a ideia que esteve na origem deste livro «Teoria da Informação Jornalística? R- Durante 31 anos, dei a estudantes de Ciências da Informação e da Comunicação, na Université Libre de Bruxelles, uma matéria que mudou duas vezes de nome e que acabou por se intitular Teoria da Informação Jornalística. Como apoio às exposições orais desta matéria, publiquei um manual ( Théorie de l’Information Journalistique ) que teve 21 edições diferentes e várias reimpressões. Manual que alguns amigos portugueses me propuseram mais de uma vez que eu o publicasse em Portugal. Mas eu nunca tive a disponibilidade de tempo necessária para me ocupar de uma edição em português… Regressado a Portugal, após mais de 45 anos de residência em Bruxelas, resolvi ocupar-me eu próprio da tradução e da devida adaptação : não se trata pois exatamente do mesmo livro, a edição em francês sendo bastante mais extensa. E decidi fazê-lo porque penso que não há livro nenhum do mesmo género publicado em português

É urgente repensar o telejornal

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J.-M. Nobre-Correia A RTP tem pouco a ver com uma televisão de serviço público. Os poderes públicos deveriam pois refletir sobre o seu futuro… Enquanto dura a truanice em torno da direção da informação, seria bom que nos interrogássemos sobre o jornalismo que a RTP pratica nos seus telejornais. E sobre a qualidade da informação a que deveríamos ter direito, de modo a justificar a existência de uma televisão pública. Os telejornais da RTP 1 são exageradamente longos, duas a três vezes mais do que os das congéneres europeias. Não porque os assuntos sejam abordados de maneira mais aprofundada. Antes pelo contrário : é a superficialidade que os carateriza. Tanto pela hierarquização adotada como pela diversidade temática limitada, como ainda pelo tratamento jornalístico elementar praticado. A hierarquização dos factos é geralmente chocante. É verdade que não há ciência exata nenhuma nesta matéria e que posicionamentos editoriais diferentes explicam opções diferentes. Mas na RTP 1 a