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A mostrar mensagens de novembro, 2023

Um silêncio que o denuncia!

J.-M. Nobre-Correia Já reparam que aquele tipo com fama de inteligente, mas de facto tragicamente imaturo e até mesmo atardado, filho de fascista, “afilhado”  in petto  de fascista, denunciador de democratas do Congresso de Aveiro como sendo “comunistas”, que conseguiu impor-nos intrigas, manobras e palhaçadas permanentes na imprensa semanal, em rádios e em televisões durante 50 anos, ao ponto de nos atordoar com um, duas, três, quatro e até cinco aparições diárias em telejornais, desapareceu desde o golpe de Estado palaciano que urdiu com a cumplicidade de uma incapaz procuradora-geral da República que vimos depois festejar o “25 de Novembro”? Há três semanas que os senhores bispos deste país, de quem ele tanto gosta de beijocar os anéis, deveriam ter-lhe sugerido de se demitir para não continuar a profanar princípios que teoricamente tanto apregoam. Enquanto vamos esperando que haja por aí um escritório de advogados reconhecidamente democratas lhe instaure um processo por ter, com as

Deux ou trois souvenirs, 48 ans après…

J.-M. Nobre-Correia Malgré un long déplacement urgent pour une situation imprévue inquiétante, tous les contacts avec les médias me rappellent que nous sommes aujourd’hui le 25 novembre. Et qu’une certaine droite portugaise plus ou moins réactionnaire a décidé cette année de fêter le 25 novembre 1975 qui a mis fin à ce qu’on a appelé « la Révolution des œillets »… Je me souviens alors d’un épisode me concernant. Je résidais à Bruxelles depuis neuf ans et j’écrivais alors sur l’actualité au Portugal, aussi bien dans le quotidien  La Libre Belgique , que dans les hebdomadaires  Notre Temps  et  Hebdo . Celui-ci m’a ainsi demandé un article sur ce qui venait de se passer au Portugal. Ce que j’ai fait en intitulant mon papier « Requiem pour une révolution ». Or ce titre comme le papier lui-même ont été jugés « intolérables » par celle qui avait de facto la haute main sur la rédaction d’ Hebdo . La « révolution allait continuer », « devait continuer », selon les dires de ladite rédactrice e

Tão contentinhos que eles estão!…

J.-M. Nobre-Correia Há muito, muito tempo que perdi a paciência para ver telejornais portugueses. Mas vejo todos os dias telejornais de dois outros países europeus :  um à hora de almoço e outro à hora de jantar. E depois vou vendo o que se passa  em  televisões de outros países, segundo a atualidade  do dia . Com as televisões portuguesas, limito-me a ouvir os títulos de abertura, quando eles existem, para ver, como eu digo  com ironia  aos meus próximos, "se o Marcelo já se demitiu" , hipótese que constituiria certamente o título e a peça de abertura! … Mas hoje fiz bem em ver o telejornal das 20h00 da RTP 1 do princípio ao fim. Vi assim aquela deliciosa peça em que o diretor da informação se regozija com a "informação de excelência" (sic) da RTP, num país classificado em segundo lugar ("no ranking", como eles dizem numa  abastardada  língua portuguesa) num estudo europeu. Pena é que  não  expliquem ,  aos autores do estudo e ao  contentinho  interprete

Tão caladinho que ele anda!…

J.-M. Nobre-Correia Sou capaz de andar distraído com reais questões privadas…  Parece-me, no entanto, que o residente incontinente de Belém — grande fornecedor de “comentários” sobre todas a espécie de matérias, tão apreciados pelo jornalismo-à-portuguesa largamente praticado nos nossos média — anda caladinho como um rato. Já não vai como os zés-ninguém buscar uns dinheiritos a um multibanco, nem sequer a lamber publicamente um gelado como os putos lá do bairro… Decididamente, estas histórias do decote canadiano, da parvoada sobre a Palestina e do golpe de Estado palaciano que lhe permitiu enfim dissolver uma vez mais a Assembleia da República em menos de dois anos estão a ter consequências mediáticas incalculáveis. Embora seja verdade que também lhe permitiram tentar fazer esquecer esta história dos quatro milhões de euros das gémeas brasileiras, a documentação sobre esta enormíssima cunha tendo milagrosamente desaparecido da administração hospitalar, por obra e graça do Divino Espíri

Esclarecimentos necessários

J.-M. Nobre-Correia Quando é que os nossos jornalistas, em nome da deontologia profissional, se decidem esclarecer (e nos esclarecer) sobre quem é(são) esta(s) "fonte(s) de Belém" tão omnipresente(s) nos nossos média de informação?… É que vai aumentando por aí um sentimento cada vez mais desagradável de que há porta-vozes oficiosos (na impossibilidade de serem decentemente oficiais) que são utilizados como instrumentos de manobras inconfessáveis. Hoje, por exemplo, esta "informação" que diz que "Procuradora-Geral da República redigiu o último parágrafo do comunicado que levou à demissão do primeiro-ministro. Belém garante que nada teve a ver com o seu teor": quem procura queimar quem? E quem procura sair ileso do incêndio?… Outro aspeto desta mesma atualidade:  Marcelo Rebelo de Sousa e Lucília Gago já se demitiram das funções que ocupam na hierarquia do Estado português, como  cor responsáveis da atual grave crise do regime democrático? Augusto Santos Sil

As turbulências de um personagem inconsistente

J.-M. Nobre-Correia Intrigas e manobras permanentes não foram suficientes para pôr mão no governo da nação. Havia pois que urdir um golpe de Estado palaciano… O guião estava delineado nas suas grandes componentes. E os cidadãos dispunham de elementos suficientes para poderem antever o que seria a dramaturgia concebida pelo personagem. Sobretudo os chamados líderes de opinião, políticos e intelectuais, conheciam bem o itinerário do candidato ao longo de mais de uma quarentena de anos para saberem que egocentrismo e exibicionismo, intriguismo e manobrismo eram os fundamentos mesmo da sua personalidade. Componentes a que vinha juntar-se uma grande dose de irresponsabilidade sobre as consequências das suas artimanhas de miúdo reguila atardado. Era pois urgente denunciá-lo e pôr termo à sua agitação. Só que os tais líderes de opinião, e sobretudo os políticos, tinham-se inspirado na tudologia que ele tinha inaugurado em vésperas de um 25 de Abril que o deixou escapar entre as malhas de uma

Dos folhetins e dos bombos

J.-M. Nobre-Correia No jornalismo-à-portuguesa, os média adoram os folhetins (covid, Ucrânia, Palestina, demissão do primeiro-ministro…) com longos, longos e sucessivos episódios, os folhetins seguintes fazendo largamente esquecer os folhetins anteriores. Mas os ditos média adoram também os bombos da festa. Depois de J. A. Azeredo Lopes e Eduardo Cabrita, houve o pobre João Galamba sobre o qual batiam sem piedade há um horror de tempo, escandalosamente inspirados pelo residente incontinente em Belém sem a mais elementar vergonha. Em seguida foi a vez de António Costa, numa manobra concertada entre uma justiça escandalosamente incapaz e o mesmo residente incontinente. Mas, em termos pessoais, a manobra parece ter-se seriamente esvaziado e feito psichtt (como diria o falecido Jacques Chirac)… Agora é Mário Centeno que é transformado em bombo da festa, como já o tinha sido quando foi da sua nomeação para o Banco de Portugal… O jornalismo-à-portuguesa precisa de folhetins e de bombos da fe

Saber “tirar as castanhas do lume”

J.-M. Nobre-Correia Luís Paixão Martins tem sobre a grande maioria de outros autores de livros três grandes trunfos [“atouts”]: foi jornalista (em agência, em jornal diário e em rádio), passou para o outro lado da barricada e criou uma agência de comunicação de sucesso (LPM Comunicação), e nasceu e viveu sempre em Lisboa. O que quer dizer que conhece certamente o microcosmo mediático-jornalístico bem melhor do que esses outros autores. O que constitui a priori uma grande vantagem… Esta grande vantagem foi magnificamente ilustrada nestes últimos dias, com o que se assemelha claramente a um “plano média” delineado por mão de mestre. Assim, nos últimos dias de setembro, começa Paixão Martins por nos anunciar repetidamente em “redes sociais” a publicação de um novo livro,  Como mentem as sondagens . Bem cedo, mas já em outubro, anuncia também a apresentação do livro para sábado 28, ao fim da tarde, num importante centro comercial de Lisboa, por nada menos do que uma ministra do atual gover

Jornalismo e propaganda

J.-M. Nobre-Correia PAREM DE FALAR da "guerra de Israel com o Hamas", Senhores Jornalistas! A guerra é de facto entre Israel e a PALESTINA!  De Israel contra a Palestina! Ao dizerem e escreverem Hamas em vez de Palestina estão de facto a distorcer a realidade dos factos e a submeter-se à propaganda do governo israelita de extrema direita. Propaganda que pretende que se trata “apenas” de uma guerra de um Estado contra uma organização política e não contra todo um POVO que foi expulso da sua terra e vive há longos decénios numa prisão a céu aberto superlotada e em condições globalmente miseráveis. Haja decência! E pratiquem conscientemente JORNALISMO e não irresponsavelmente PROPAGANDA! Sejamos claros: este reparo diz respeito aos média portugueses, mas também a demasiados média europeus. Mas há lá fora quem diga isto…