Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2022

As hordas de acéfalos do futebol…

J.-M. Nobre-Correia Lembram-se do “drama do Heysel” (em Bruxelas), em 1985, com uma equipa de futebol inglesa e outra italiana? 39 mortos e 450 feridos!… Viram o que se passou ontem em Paris, com uma equipa de futebol inglesa e outra espanhola? Os acéfalos do futebol são especialistas dos desacatos, da desordem, da violência. Muito especialmente se forem inglese. E a extrema direita não perde uma oportunidade para instrumentalizar estas hordas de acéfalos violentos… Em 1985 como ontem a equipa inglesa era a do Liverpool: decididamente há coincidências que não são provavelmente fruto do acaso…    

Na morte de Mário Mesquita

J.-M. Nobre-Correia Que horror! Estou profundamente estupefacto!… Nestes últimos tempos, falava ao telefone duas, três e até mais vezes por semana com o Mário Mesquita. Sabia já há poucas semanas que ele iria ser submetido a uma intervenção cirúrgica ontem. Na quarta-feira de manhã cedo, dia em que ele entraria para o hospital, tentei falar com ele para desejar que tudo corresse bem. Mas ele já tinha desligado o telemóvel. Ontem à noite falei com a filha, de quem tinha acabado de descobrir o número de telemóvel, e numa breve conversa antes de deitar a Cecília, que festejava o seu primeiro aniversário, disse-me que ainda não tinha falado com o pai, mas que a mãe, Clotilde, tinha falado com ele e que a intervenção tinha corrido bem. Pelo que a notícia que irrompeu agora no meu computador me causa horror e tristeza… Conheci o Mário Mesquita, que era então diretor do “Diário de Notícias”, por ocasião da receção na Embaixada de Portugal em Bruxelas, quando o presidente António Ramalho Eanes

Há telejornal e telejornal!

  J.-M. Nobre-Correia Sabem uma coisa? Hoje o telejornal das 20h00 (19h00 em Portugal) da pública “France 2” durou os habituais 37 minutos. A Ucrânia apareceu aos 22 minutos e durou exatamente dois minutos, a maior parte dos quais consagrados a uma reportagem em que não se viu o jornalista! Claro que, como sempre, não houve interrupção publicitária, até porque a publicidade nas emissões de informação é ilegal. E também não houve futebol: como podem viver estes franceses sem a dose diária reforçada de futebol nos telejornais?!…  

Alguém pode informar-me?…

J.-M. Nobre-Correia Tenho cada vez mais o sentimento que, numa cidade “do interior”, como o Fundão, a distribuição do correio não é feita todos os dias… Ou melhor: a impressão que eu tenho é que a distribuição não deve ser feita todos os dias da semana por toda a cidade. Que deve haver uma espécie de rotação entre bairros, mas que a distribuição não será feita sempre no mesmo dia da semana no mesmo bairro da cidade. De onde vem esta minha impressão? Do facto que há dias e dias em que eu não recebo um único correio postal e depois, num mesmo dia, recebo um monte de cartas e de publicações diversas. Hoje por exemplo, recebi sete cartas (uma das quais levou treze dias a chegar de Bruxelas), um aviso de receção e uma revista editada no estrangeiro. Por outro lado, já tive a ocasião de perguntar, quer ao carteiro, quer na estação dos Correios, se a distribuição continuava a ser feita todos os dias. E, quer num caso quer no outro, deram-me respostas perfeitamente evasivas… O que é certo é qu

E pagamos por isto!…

J.-M. Nobre-Correia Andei em greve em relação ao telejornal da RTP: já não suportava mais ver tal coisa! Ontem retomei aquilo que deveria ser um hábito normal. Mas francamente: ontem às 20h00, foi futebol e Ucrânia. Hoje às 13h00 é Ucrânia e futebol! Inacreditável!… E hoje estes dois assuntos aparentemente determinantes na vida quotidiana dos portugueses duraram no total 21 minutos. O excelente telejornal da televisão franco-alemã “Arte” dura 20 minutos!… Como é possível informar tão mal, tão mal, este pobre povo português que é obrigado a pagar por isso!… ADENDA: às 13h39 recomeçaram com a Ucrânia! Penso que a direção da informação da RTP deve ter considerado que não havia mais nada como assunto possível na atualidade nacional, estrangeira ou internacional: que falta de lucidez!…    

Quando o inglês substitui o português…

J .-M. Nobre-Correia Vejo na edição desta manhã do “Público” este título: “Monkeypox: doente belga passou por Portugal”. Os títulos em inglês são cada vez mais frequentes nos jornais portugueses, nomeadamente em artigos ditos de “opinião”. Quando um dos primeiros princípios do jornalismo é que a linguagem a que recorre seja de natureza a fazer-se compreender por todo e qualquer leitor. Que eu saiba, os leitores portugueses estão muito longe de compreender todos o inglês. E que compreendessem!… Vejo que • o espanhol “El País” fala de “Viruela del mobo”, • o francês “Le Monde” de “Variole du singe », •o italiano “Corriere della Sera” de “Vaiolo delle scimmie”, cada um deles sendo o principal diário “de referência” do seu país. E o “Público” fala de “Monkeypox” em vez de “varíola do macaco”! Venham depois dizer-me que o português é “a quarta” ou “a quinta” língua mais falada no mundo!!!  

Pobres de nós!…

J.-M. Nobre-Correia É espantoso ver “especialistas” do covid que andaram por aqui pelos média e pelo Facebook durante dois anos, e que agora, desde há três meses, sem vergonha nenhuma, querem fazer-se passar por “especialistas” da Ucrânia, da Rússia e da guerra!… Inacreditável, mas triste verdade! E os média portugueses persistem em recorrer a “especialistas” destes!… Pobre “informação jornalística” a que temos direito!…    

A nova dimensão dos jornais

J.-M. Nobre-Correia Serei só eu a pensar que seria normal que houvesse jornais portugueses a dar a notícia do casamento de Lula da Silva, dada a origem geocultural do acontecimento, a dimensão internacional do personagem e a campanha em que está já lançado para a próxima eleição presidencial?… E terá sido por distração minha que não vi a dita notícia esta manhã em jornais portugueses (que continuam a esquecer-se da dimensão mundial que têm hoje as edições digitais em linha dos jornais)?… E por que será que é um diário espanhol, “El País”, que publica esta manhã este texto? Ou será que os jornais portugueses são mais sensíveis a campanhas de denigração do que a perspetivas positivas de futuro?…  

Uma investigação jornalística que provoca um terrível arrepio!…

  J.-M. Nobre-Correia Absolutamente terrível esta longa investigação publicada pelo jornal em linha “Setenta e Quatro”!… A ler absolutamente para compreender o que se passa entre ucranianos residentes em Portugal!… Tenho vontade de dizer: seja bem-vindo quem vier por bem! Mas não quem quer importar ideias e movimentos de extrema direita violenta para Portugal! As Autoridades fariam bem em tirar as conclusões que se impõem do que se está a passar em Portugal e tomar rapidamente, com mão pesada, as medidas indispensáveis para salvaguardar a nossa democracia!…  

Assim vão os nossos média!…

J.-M. Nobre-Correia Vejo uma Senhora, regularmente entrevistada na televisão como especialista de política internacional (e sobretudo da Alemanha, penso eu) e que até faz parte do conselho de administração de um dos maiores grupos de média portugueses, escrever aqui no Facebook que “o  Die Zeit , conceituado semanário alemão, fundado pelo chanceler Helmut Schmidt”!!! Pobre Gerd Bucerius que fundou  Die Zeit  em 21 de fevereiro de 1946, como a dita Senhora poderia ver na p. 339 da minha  História dos Média na Europa , publicada pela Almedina… Assim vamos nós em matéria de especialistas!…  

Quando Le Monde presta contas aos leitores…

Imagem
J.-M. Nobre-Correia Leitor diário do vespertino parisiense  Le Monde  há mais de 55 anos, sempre achei formidável esta preocupação do jornal de prestar anualmente contas aos seus leitores… A página sobre estas contas na edição de hoje é particularmente interessante a três títulos: • a redação do jornal passou em onze anos de 310 para 520 jornalistas (ao contrário de uma tendência demasiado geral no sector)!, • as assinaturas unicamente digitais situam-se nos 418 430 assinantes. E a comparação com os outros diários franceses é absolutamente espantosa!, • Xavier Niel comprou a participação de Matthieu Pigasse, tendo este demonstrado ser um acionista demasiado errático, reforçando assim a estabilidade da empresa e do grupo editorial. Há em toda esta prestação de contas muitos aspetos que poderiam e até deveriam servir de inspiração às empresas de edição e aos jornais portugueses. Caso estes pensassem ser interessante observar o que se passa no mundo dos média para além da fronteira luso-e

Saber se fazer acolher e respeitar…

J.-M. Nobre-Correia Porque vivi mais de 45 anos num país estrangeiro, onde fui refugiado político das Nações Unidas durante os primeiros oito nos, e conheço portanto os princípios (legais, culturais e sociais) que tive que respeitar para com o país e o povo que me acolheram, confesso que a agitação atual do mundo político português provocada por atitudes da Embaixada da Ucrânia e por residentes ucranianos em Portugal me choca profundamente. Durante os anos 1960 e início dos anos 1970, a numerosa comunidade portuguesa na Bélgica foi tudo menos amorfa e foi até mesmo social, cultural e politicamente bastante ativa. Sem nunca ter criado incidentes com o mundo político belga e com os poderes constituídos da Bélgica. Os meios ucranianos instalados ou mesmo refugiados em Portugal deveriam refletir no exemplo dos antigos exilados refugiados portugueses, se não quiserem suscitar inevitavelmente atitudes de rejeição na sociedade que os acolheu… Começando o meio diplomático ucraniano em Portugal

O alinhamento do telejornal de France 2

J.-M. Nobre-Correia Estive a ver o telejornal das 20h00 de  France 2  na sua retransmissão pela  TV5Monde  das 19h30 portuguesas. Aqui fica o alinhamento (le chemin de fer, em francês): • a seca em França e a proibição de regar jardins durante o dia e lavar carros fora das garagens que têm tal fim, • a subida das temperaturas em França, • as mudanças operadas na agricultura em França par enfrentar a seca, • aos 8 minutos: a parada militar em Moscovo comemorativa da vitória na Segunda Guerra Mundial. Imagens e brevíssima interpretação de uma especialista universitária da Rússia. Durante 2 minutos, • desfile de pro-russos em Mariupol. Breves segundos, • imagem do presidente ucraniano sozinho, caminhando numa rua. Breves segundos, • imagens de destruições da Ucrânia e de feridos provocados por estas destruições, • a reunião do Parlamento Europeu em Estrasburgo e a adesão da Ucrânia. Breves segundos. Os cinco sujeitos sobre a Ucrânia duraram no total cinco minutos. • subida dos preços da e

Os discursos encantatórios e a realidade da História

J.-M. Nobre-Correia A propósito do dia da “liberdade de imprensa”, vi por aqui no Facebook textinhos encantatórios sobre a imprensa portuguesa. Uma imprensa que, dizem eles, teria sido formidável no passado, mas que já não o será hoje… Deixemos de nos contar “histórias de encantar” sobre a imprensa e o jornalismo portugueses! Em termos históricos, ao longo dos séculos XIX, XX e XXI, Portugal nunca teve uma imprensa à altura da sua demografia: as tiragens (e as vendas) sempre foram relativamente miseráveis (Ver a minha  História dos Média na Europa , edições Almedina). Da mesma maneira, Portugal nunca dispôs de jornais da qualidade do que de melhor se faz em boa parte da Europa. Não só em países com uma demografia 4 a 6 vezes superior (e há uma relação relativamente direta nesta matéria: mais leitores, mais vendas, maiores receitas), mas também em países demograficamente mais comparáveis como a Áustria, a Bélgica, os Países Baixos ou a Suíça. Deixemos de nos contar tretas! Em tempos de

Novidades na continuidade

J.-M. Nobre-Correia Há uma grande novidade no telejornal das 20h00 da  RTP1 : hoje o jornal não abriu com a eternamente permanente Ucrânia, mas sim com o F.C. Porto, “campeão” em futebol. O que durou nada menos de 25 minutos!!! O inquilino de Belém, exibicionista umbigo-centrista totalmente desprovido do ridículo, fez longos comentários sobre este Benfica-Porto. E, claro, houve quem não tivesse vergonha de recolher tão “importantes” declarações. Como conclusão da sequência, tivemos direito a dois “comentadores” a dissertar longamente sobre matéria tão fundamental!… Depois de uns oito minutos de publicidade (o que é totalmente ilegal noutros países da União Europeia), a apresentadora prometeu que o telejornal acompanharia mais tarde os festejos dos adeptos do Porto (…que alívio para os drogados da bola: ainda haverá mais!). E surgiu enfim a Ucrânia. E eu desliguei… Antes disso, vi o telejornal das 20h00 (19h00 em Portugal) da pública  France 2  que abriu muito naturalmente com a cerimón

Um mundo em mudança…

Imagem
Como é possível? Aquele que era tradicionalmente o maior partido político da Flandres ,e até da Bélgica “tout court”, é agora uma formação política menor?! Decididamente a paisagem partidária, e até mesmo política, europeia encontra-se em plena mutação (e até talvez: em preocupante mutação). Um movimento iniciado de certo modo na Itália (com a chegada de Forza Italia e o desaparecimento da Democracia Cristã, do Partido Comunista e do Partido Socialista) e com a movimentação de fundo anunciada agora em França… Na Bélgica, só o Partido Socialista francófono (PS) e, de certo modo, o Partido Social-Cristão (CVP) e o Partido Liberal flamengo (OpenVLD) conservam ainda as referências ideológicas de origem: significativo!…

Quando uma antiga e sólida democracia exclui os fachos!

Imagem
J.-M. Nobre-Correia A Bélgica é um país complexo, com formações políticas que se foram separando nos últimos decénios segundo as suas alas linguísticas: só o relativamente jovem PTB-PVDA (Partido do Trabalho da Bélgica), de origem maoista, cada vez com mais peso eleitoral, continua a afirmar-se nacional. O quadro eleitoral é também ele contrastado, com uma extrema direita bastante forte no norte, na Flandres, e relativamente inexistente no sul, na Valónia e em Bruxelas. No outro dia o presidente do partido liberal francófono, o MR, ousou romper o tradicional “cordão sanitário” e debater com o representante do flamengo Vlaams Belang (VB), de extrema direita. Caiu-lhe estrondosamente o céu em cima da cabeça! Com os vivos protestos do mundo político e até do mundo mediático francófonos!… Consequência deste episódio: todos os partidos políticos francófonos acabam de assinar uma “Carta da democracia” em que é reafirmado o ‘cordão sanitário” (cuja primeira versão sara de 1993: há quase trint

Da genial privatização dos CTT…

J.-M. Nobre-Correia Não me digam que a privatização dos CTT não foi uma iniciativa genial do governo do não menos genial Pedro Passos Coelho, …o agora professor catedrático da pública Universidade de Lisboa (…embora sem percurso académico nem dossiê científico)?… Tal iniciativa foi tanto mais genial que, se estou bem informado, os CTT até davam então lucro. E o que é certo é que funcionavam incontestavelmente muito melhor do que agora que são propriedade privada… Antes, eu recebia o correio vindo de Bruxelas, por exemplo, dois ou três dias depois da expedição. Agora o mesmo correio leva geralmente duas ou três semanas a chegar! Esta segunda-feira 2 de maio recebi, cinco dias depois, um semanário regional português posto no correio na quarta-feira 27 de abril! Na terça-feira 26 de abril, expedi um correio do Fundão para Alpedrinha e outro para Paris. Tenho o recibo com a indicação da data e da hora (12h34). O correio para Alpedrinha, aqui a uns 12 quilómetros de distância, chegou hoje,

Os tais detalhes que provam muita coisa…

J.-M. Nobre-Correia Teria eu ouvido mal? Recorri ao telecomando para voltar atrás e ouvi de novo o “repórter” da RTP no seu “direto” durante o telejornal das 20h00 da RTP1. Referindo-se à agência russa  Interfax , o dito “repórter” qualificou-a de “agência oficial de notícias russa”: santa ignorância! Digne-se o dito “repórter” consultar a página 89 do meu livro “Teoria da Informação Jornalística” (edição Almedina) para ficar a saber que se trata de facto de uma agência privada (e portanto não oficial) criada em junho de 1989! Os tais detalhes que provam a ignorância de muitos dos que vão à Ucrânia e nos falam da Ucrânia e da Rússia!…    

Quando o inquilino de Belém é incapaz de se calar…

J.-M. Nobre-Correia Ontem, uma vez mais, o inquilino de Belém teria feito bem em ficar calado. Mas, é bem sabido que ele é incapaz de deixar de abrir a boca, e quantas vezes “ou entra mosca ou sai asneira”. E ontem saiu asneira em vez de ter tido a lucidez de fazer a declaração que se impunha… Claro que, como é sabido, os nossos deliciosos média põem sistematicamente em evidência um presidente que manifestamente não respeita a Constituição, ultrapassando os poderes que lhe são conferidos, e que não respeita sobretudo os poderes constitucionais do governo. A acreditar nos nossos média, é o inquilino de Belém que decide a maior parte daquilo que é de facto constitucionalmente decidido pelo governo. Até porque ele e os serviços da presidência se arranjam para fornecer “a papinha feita, pronta a consumir” de que os média tanto necessitam, boa parte dos jornalistas não tendo sequer consciência de estarem a ser instrumentalizados… Até temos mesmo uma maravilhosa RTP Televisão a repetir em di

Isto em rádio também está péssimo!

J.-M. Nobre-Correia Há bastante tempo que não ouvia os radiojornais da manhã: as minhas primeiras duas, três horas da manhã são consagradas à leitura dos mesmos cinco, por vezes seis ou sete, diários europeus (incluindo dois portugueses). Hoje decidi ouvir o jornal das 8h00 da RTP Antena 1. E descobri com horror que a Ucrânia também foi (como em televisão) o assunto de abertura dominante e durou nada menis de oito minutos e 24 segundos. Depois tivemos direito a mais dois assuntos: um primeiro assunto sobre uma tomada de posição da Associação de Empresas de Portugal e outro, em duas “peças”, consagrado à liberdade de imprensa (ou mais exatamente: liberdade de informação), assunto a que os jornalistas são corporativamente sempre muito sensíveis. Nada, nada mais, se passou no país e no mundo! Pelo menos neste radiojornal da Antena 1, que durou 13 minutos e 10 segundos!… Acham que, com esta pobreza de assuntos, ficámos devidamente informados?… Decididamente, os males que atingem a televisã

Outra abordagem da atualidade

J.-M. Nobre-Correia Vejo o telejornal das 13h00 da televisão pública belga francófona, RTBF1. Primeira constatação: a Ucrânia nem sequer aparece nos títulos-sumário iniciais!… Segunda constatação: a Ucrânia surge como oitavo assunto, aos 16 minutos, em duas “peças”, num total de quatro minutos. Os sete primeiros assuntos eram de caráter belga: sociais, económicos, socioculturais, judiciários. E o nono assunto dizia respeito à política em França. Fiquemos por aqui: o telejornal continuou a abordar a atualidade do dia sem assunto obsessional a dominar boa parte (ou até a maior parte) de um telejornal interminável… ADENDA: o telejornal da RTP1 começa uma vez mais com a Ucrânia!!!    

Um telejornal italiano

J.-M. Nobre-Correia Vejo o “telegiornale” das 20h00 (19h00 em Portugal) da televisão pública RAI1, o que já não me acontecia há um certo tempo, embora a minha parabólica me permita ver o programa da RAI1 em direto. O jornal abre com o tema da Ucrânia durante três minutos, seguido durante um minuto mais com a prédica do papa sobre a Ucrânia (as declarações do papa são uma peça “obrigatória” todos os domingos na RAI! E até me pareceu ver uma bandeira portuguesa na Praça de São Pedro…). Depois, a vida na Itália continua… Embora às 20h12 surja de novo a Ucrânia com quatro curtas “peças”, num total de cinco minutos. No total, o tempo consagrado à Ucrânia foi pois de nove minutos, em duas partes. O mundo continua a girar. A atualidade é múltipla, diversa, com uma especial atenção dada hoje aos festejos e incidentes do Primeiro de Maio na Itália e no estrangeiro (França e Turquia). Num total de 37 minutos, o telejornal da RAI1 informa os italianos sobre a vida no mundo. Propõe-lhes até na par

Basta desta RTP: que enjoo!

  J.-M. Nobre-Correia Uma vez mais a RTP 1 abre o seu telejornal das 13h00 com a Ucrânia! Uma abertura que durou 22 minutos. Com duas “reportagens” iniciais que nada tinham de reportagem. A segunda até era ridícula, com gente a passear calmamente por detrás do jornalista e até com dois bonecos do estilo Walt Disney a fazerem o seu “teatro” na rua! A terceira “peça” parecia uma reportagem, mas não era claramente uma reportagem de guerra. O que é que estes dois jornalistas foram fazer à Ucrânia que, grosso modo, não pudessem no essencial fazer a partir de Lisboa? 22 minutos depois, anunciam por fim o tema do dia: o Primeiro de Maio, que ficou porém para mais tarde! Quando, muito naturalmente, foi este o tema de abertura do telejornal das 13h00 (12h00 em Portugal) da televisão pública belga francófona, RTBF1. Mas, depois de uma sequência sobre o SEF, houve mais Ucrânia às 13h25. Sequência sobre a qual um cidadão até poderia perguntar com que direito é que um ucraniano faz considerações so