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A mostrar mensagens de março, 2020

Cidadania e responsabilidade

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J.-M. Nobre-Correia O relato e a interpretação da atualidade não podem consistir em entrevistas sem nexo. Para mais em tempos de crise… Digam lá o que disserem. Mas todo e qualquer projeto de média tem à partida uma opção politico-cultural da sociedade. É claro que a dimensão económica, empresarial, é nalguns casos decisiva. E é mesmo importante que assim seja: num média, a prática jornalística só pode gozar de real autonomia e desabrochar plenamente se as receitas financeiras forem superiores aos custos e as contas geridas com mestria. A comunhão em torno da opção politico-cultural é, no entanto, indispensável para fazer bem funcionar uma redação. É a sensibilidade correspondente que preside ao tratamento da atualidade e leva também o público a identificar-se com o “seu” média. O que se traduz na partilha de uma mesma visão em relação aos acontecimentos de atualidade, à seleção operada pelo média e à apreciação da sua importância, assim como à interpretação relativamente vizinh

Por onde andam os jornalistas ?

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J.-M. Nobre-Correia Os nossos jornais, sobretudo os audiovisuais, dão cada vez mais o sentimento de serem meros canais de assessorias… “Oiçam nos autocarros, nos caminhos de ferro, na rua”. Mais: “deem-se bem conta da opinião”. Mas também: “estejam ao corrente de todas as descobertas, de todas as invenções, vulgarizem todas as coisas que se vão enterrando em pesadas revistas”. Assim mandava Moïse Polydore Millaud, criador da chamada “imprensa popular” em França, falando aos seus jornalistas. E graças nomeadamente a estas receitas,  Le Petit Journal , que lançara em 1863, atingirá cerca de dois milhões de exemplares em 1895, sendo então o maior diário do mundo. Nestes últimos meses, a atualidade em Portugal tem muitas vezes feito pensar em Millaud. Quando personalidades ao mais alto nível de uma certa direita radical europeia se reúnem em Fátima. Ou quando bispos opostos a  Jorge Bergoglio [o papa Francisco],  vindos de várias partes do mundo, se encontram em Sintra. Num e noutro