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A mostrar mensagens de setembro, 2022

O jornalismo num tempo de promessas e incertezas

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J.-M. Nobre-Correia *   A entrada em cena de internet provocou uma explosão do sistema mediático. Mas há princípios de base do jornalismo que se mantêm…   Em matéria de informação, os nossos antepassados viveram um tempo de certezas ou de quase certezas. Com jornais que lhes anunciavam as notícias com o colorido ideológico que lhes convinha, a eles, antepassados. Depois, quando, já no século XX, a rádio, primeiro, e a televisão, depois, passaram a anunciar a atualidade no mundo, esses nossos antepassados deram-se conta que, afinal, imprensa, rádio e televisão não falavam dos mesmos assuntos de atualidade nem os tratavam da mesma maneira. No entanto, as divergências eram de certo modo relativas, até porque a rádio como a televisão, na quase totalidade dos países europeus viviam em regime de monopólio público, mais ou menos numa maior ou menor proximidade com o poder político do momento em cada um dos Estados do continente. Uma novidade importante era o facto de as populações que viviam

Comment les médias reconfigurent la démocratie

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J.-M. Nobre-Correia Professeur émérite d’Information et Communication à l’Université Libre de Bruxelles Durant quelques longues décennies, ils ont joué un rôle d’insertion des individus dans la vie de la cité. Mais cela a bien changé… Le média est le message, disait Marshall McLuhan. Une affirmation que suppose diverses implications. Par exemple : quand le média change de nature, on assiste également à une redéfinition des contenus. Ainsi qu’à une redéfinition de la relation du média avec son public. Et encore à une redéfinition des liens que les citoyens établissent entre eux, ainsi qu’entre eux et les structures sociopolitiques dans lesquelles ils s’insèrent. En d’autres termes : l’évolution technologique, économique et sociologique des médias a inévitablement des répercussions sur la conception de l’information et des contenus des médias, et, par conséquent, sur le fonctionnement socioculturel et politique de la vie quotidienne et de la démocratie. Et les six grands moments qui ont

Uma urgência a não ignorar

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J.-M. Nobre-Correia Globalmente, a paisagem mediática portuguesa é pobre e pratica um jornalismo que não está à altura das necessidades da democracia…   Há como que um mistério na chamada “Contemporaneidade” portuguesa: como é que um povo pôde viver mais de dois séculos sem uma informação de qualidade? E sobretudo sem uma informação suficientemente difundida por entre a população? Três primeiras explicações saltam aos olhos: a alta e duradoira taxa de analfabetismo, alargada a uma instrução reduzida e manifestamente deficiente; um poder de compra que também ele foi durante longos decénios reduzido, fazendo desde logo dos jornais e dos recetores de rádio e de televisão produtos de luxo; um clima político repressivo em diversas fases da história, impedindo a afirmação de uma prática jornalística livre e de uma informação de qualidade. Mas estas explicações liminares não respondem a outra interrogação: como é que, globalmente, ao longo destes mais de dois séculos, os meios dirigentes dest