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A mostrar mensagens de janeiro, 2024

Superar uma debilidade congénita

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J.-M. Nobre-Correia Seria um engodo resolver a crise atual de um grupo, sem adotar medidas de fundo capazes de relançar o pluralismo da imprensa… De repente, jornalistas e políticos dão-se conta que a imprensa em Portugal se encontra em crise! Como se os sinais de crise não datassem logo dos primeiros anos após o 25 de Abril. Para não ir mais longe e ver na situação da imprensa um subdesenvolvimento histórico que a autoestima corporativista dos jornalistas preferia não ver e que dava muito jeito a políticos que não tinham assim que dar satisfações aos cidadãos. E claro, descoberta agora a crise, aparecem logo, à boa maneira nacional, uma série de tudólogos espontaneamente competentes em matéria de média… Ora, a crise tem razões históricas longínquas que fizeram que a imprensa nunca tenha tido em Portugal um desenvolvimento à altura da dimensão demográfica e geográfica do país. Porque o analfabetismo foi sempre bastante elevado. Porque o poder de compra da maior parte dos cidadãos foi r

Quinze anos de um combate inglório

J.-M. Nobre-Correia Como vejo pouco a televisão portuguesa, só ontem à noite fui alertado para o magazine "É ou não é" da RTP 1 sob o tema "A crise do jornalismo". Vi ontem à noite a primeira parte e esta manhã a segunda parte (depois da interrupção publicitária, o que é legalmente proibido fazer em diferentes países da Europa na s  emissões de informação). Embora tenham sido feitas algumas propostas concretas, que deveriam ser devidamente estudadas, foi pena que, boa parte das vezes, o debate tenha caído em intervenções sem conteúdo preciso e especializado… Deixem-me então recordar aqui que • em setembro de 2007 — vivia eu então em Bruxelas há 40 anos — tomei a iniciativa de redigir um longo relatório intitulado "Para uma informação regional em Portugal" que enderecei a diversas instituições e personalidades ligadas ao meio mediático português. Daí resultaram apenas dois encontros : um com a direção do Gabinete para os Meios de Comunicação Social e outro

Estes nossos telejornais tão invejados

J.-M. Nobre-Correia Estava a começar o jornal da televisão pública belga francófona (RTBF) quando vi que o assunto dos aviões no aeroporto de Tóquio era para aí o quinto título do sumário. Depois, a assunto apareceu só aos 17 minutos do jornal e foi tratado em breves segundos.  Disse eu à A.: queres apostar que o assunto será a abertura dos jornais das três televisões generalistas portuguesas?! E vais ver: depois de longos minutos sobre esta história de aviões, vamos ter direito às ações diárias das corporações de médicos e de enfermeiros em favor das clínicas e hospitais privados. Ou então à homilia de ontem do golpista incontinente de Belém. Qual será o segundo assunto e o terceiro? Disso não estou certo, mas será um destes dois, seguido do outro. Prognostiquei também que o assunto japonês seria tratado pelas nossas queridas televisões durante longos, longos minutos… Só é pena que eu não seja tão perspicaz com o Euromilhões (que muito rarissimamente compro) como a adivinhar os menus