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A mostrar mensagens de março, 2024

O plano de urgência que se impõe

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J.-M. Nobre-Correia Fala-se muito do futuro do grupo proprietário do  Diário de Notícias  e do próprio jornal, quando as razões para os salvar são por demais evidentes… Iremos nós ficar ainda mais pobres? É que a paisagem da imprensa de informação geral em Portugal é já singularmente mísera. Sobretudo a da imprensa diária. Com a área e a demografia que são as suas, Portugal conta inacreditavelmente menos diários generalistas do que países europeus até mais pequenos como a Bélgica, a Suíça, a Áustria, por exemplo. Ora os dois primeiros contam populações de diferentes línguas. E, se excetuarmos o romanche suíço ultraminoritário, nenhum deles dispõe de língua própria, recorrendo à(s) de países limítrofes. Pelo que o potencial de difusão da imprensa nas diversas regiões linguísticas é limitado. Não impede que neles haja diários com por vezes centenas de milhares de exemplares de difusão paga, apesar de os seus cidadãos poderem preferir ler os dos grandes vizinhos e não os do próprio país.

Interrogações escamoteadas

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J.-M. Nobre-Correia As eleições legislativas provocaram vagos sobressaltos em meios políticos e mediáticos. Aspetos há porém totalmente “esquecidos”… Ao que parece, estamos em tempo de reflexão. É pelo menos o que políticos e editorialistas dizem por aí. Proclamando que há que procurar compreender o que está na origem do abanão provocado pelas eleições legislativas. Há mesmo quem avance já que é na conduta de políticos, partidos e governo que serão encontradas as razões. E é de facto plausível que seja num contexto sociopolítico singular que tais movimentações tenham tendência a operar-se. É pena que os mesmos editorialistas ou analistas não se interroguem sobre o papel que poderão ter tido os média para o que aconteceu. Houve um diretor de informação que propôs “um caldo de cultura” como explicação para a origem do abanão. Esquecendo que são precisamente os média (tradicionais ou novos), e mais especialmente a televisão, socialmente dominante, que sobretudo fornecessem os ingredientes

O residente de Belém ganhou mesmo?

J.-M. Nobre-Correia Com o golpe de Estado palaciano de 7 de novembro, quis alargar os poderes que se foi atribuindo para além do que estipula a Constituição. Como irresponsável congénito, pouco lhe importa o caos de que acendeu a mecha… Sabíamos que o atual residente em Belém foi dispensado de prestar serviço militar nas colónias porque o papá era ministro salazarista e o “padrinho”   in petto   era presidente do Conselho. Como sabíamos que, por ocasião do Congresso da Oposição de 1973 em Aveiro, escreveu ao “padrinho” para denunciar as manobras comunistas (quando a sorte que a Pide reservava aos comunistas era particularmente dolorosa). Como sabíamos ainda que passou uma boa quarentena de anos a intrigar e a instrumentalizar os cidadãos, do   Expresso   à   TVI   (e Francisco Pinto Balsemão como Paulo Portas que o digam), em intervenções a que chamava “comentário político”. Não impede que esta omnipresença em jornais, em rádio e em televisões lhe deu uma tal notoriedade que o dispenso