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A mostrar mensagens de novembro, 2014

Qualificativos dispensáveis

J.-M. Nobre-Correia Média : Na sua habitual página dominical, o provedor do diário Público transcreve integralmente a carta de um leitor não identificado (o autor deste bloco-notas), nenhuma explicação sendo no entanto dada às críticas formuladas… "No melhor pano cai a nódoa", dirão alguns. Mas há "nódoas" que são dificilmente aceitáveis da parte de um jornal que se quer "de referência". Sobretudo se nessas "nódoas" sentimos relentos de teorias rácicas totalmente intoleráveis. Assim, no Público datado de segunda-feira 24 pôde ler-se num dos subtítulos do título principal da primeira página que "João Araújo, o advogado de defesa goês do ex-primeiro-ministro, trabalha sozinho". E, da mesma maneira, pôde ler-se no texto da página 3, 8a e 9a linhas : "João Araújo — natural de Goa e agora advogado de José Sócrates". Algum dia passaria pela cabeça de um jornalista escrever a propós

A inconfessável conivência

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J.-M. Nobre-Correia Média : Ambições diversas da “classe judiciária” levam-na a praticar “fugas” em série para jornalistas “amigos”. Fazendo de “segredos de justiça” uma literatura que pouco tem a ver com o “jornalismo de investigação”… Diz a teoria que, em democracia, coexistem três poderes : o legislativo, o judiciário e o executivo. Cada um deve ser autónomo em relação aos dois outros. Só esta “separação dos poderes” é de natureza a preservar o desejável bom funcionamento da democracia. A esta teoria datando de há mais de dois séculos e meio, vem depois juntar-se outra que pretende existir um “quarto poder” : o “poder da imprensa”, designado hoje por “poder dos média”. “Poder” contestado até porque não instituído como tal nas estruturas de um Estado de direito. Havendo mesmo quem prefira chamar-lhe “contrapoder”. Na realidade, nas democracias de pacotilha, o poder executivo domina claramente o poder legislativo e o poder judiciário. Nas democracias

Os parâmetros da nova equação

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J.-M. Nobre-Correia Média : O papel foi durante cinco séculos e meio o seu suporte tradicional. Pelo que a imprensa escrita aceitou mal a mutação para o digital. Sobretudo a local e regional cujas potencialidades são no entanto reais… A imprensa escrita encontra-se num momento crucial da sua história. Há até quem se interrogue sobre a sua eventual sobrevivência. E sobretudo se, numa era de mundialização, a imprensa local e regional terá ainda futuro. Mas, que mudou afinal nestes últimos dois decénios ? O papel deixou de ser o suporte único da imprensa escrita. Graças à internet e à digitalização, os jornais puderam deixar de ser impressos e de recorrer a complexas estruturas de distribuição. Paralelamente, ao texto e às imagens estáticas, passaram a poder propor sons e imagens animadas. E outra mutação fundamental : deixaram de ser “fechados” em dia fixo, a hora(s) fixa(s), para poderem realizar-se em tempo real, acompanhando os desenvolvimentos da atualidade. Do