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A mostrar mensagens de março, 2016

Médias et terrorisme : des noces barbares

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J.-M. Nobre-Correia Voici sept ans, en avril 2009, la bruxelloise Politique revue de débats publiait ce texte dont je suis l'auteur et crois qu’il garde encore toute sa pertinence. Tout dans l’évolution du monde du journalisme est de nature à favoriser l’attrait pour l’actualité qui concerne la violence, l’insécurité et l’intégrité physique des gens. Au risque de renforcer une logique où l’information cède le pas à la propagande et aux manœuvres de déstabilisation… Longtemps, trois types de publications ont coexisté : celles qui faisaient le compte rendu d’événements importants, celles qui traitaient de faits divers, du mystère et du merveilleux, et celles enfin axées sur l’expression d’opinions et le combat idéologique. Puis, plus tard, et surtout à partir du XIXe siècle, quand la presse s’est industrialisée et qu’il a fallu aller à la conquête d’un public plus large, les trois démarches ont cohabité au sein des journaux « grand public ». Avant que l’opinion et le comba

Estas interpelantes apatias

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J.-M. Nobre-Correia Média : A imprensa em Portugal tem uma história dolorosa que explica o seu fraco desenvolvimento. Mas há também vários corresponsáveis da situação atual estranhamente instalados numa inquietante indiferença… É fácil identificar algumas das causas do fraco desenvolvimento da imprensa em Portugal [ 1 ] . Começando pelas razões históricas, a primeira das quais é a pertença do país à Europa católica. Porque, um século depois da “descoberta” da prensa tipográfica (em 1440-50), a Reforma protestante e a Contra-Reforma católica adotam posições opostas no que diz respeito à leitura. No mundo protestante, o “povo de Deus” tem por obrigação ler a Bíblia e os textos sagrados : a alfabetização é fomentada e os indivíduos passam naturalmente à leitura de outros textos. No mundo católico, pelo contrário, o clérigo é o intermediário entre Deus e o “povo de Deus” : só ele tem necessidade de saber ler para aceder aos textos religiosos que são explicados ao “povo de Deus”. A

Entrever um futuro mais risonho…

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J.-M. Nobre-Correia * Num livro publicado em fevereiro do ano passado em França e acabado de ser editado em Portugal, Julia Cagé faz uma análise da crise dos média de informação e avança propostas para procurar ultrapassá-la… Comecemos por uma interrogação que espíritos apressados não deixarão de acusar de sexismo : se Julia Cagé não fosse a jovem esposa de Thomas Piketty, o seu Salvar os média teria sido editado em tantas línguas estrangeiras ? É que, pelo menos no que diz respeito às mais próximas (francesa, a original, portuguesa, castelhana, italiana, inglesa), o livro de Cagé e O Capital no século XXI de Piketty, que obteve um enorme e justificado sucesso, são publicados pelos mesmo editores. Pura coincidência ? E será também pura coincidência se Piketty escreve o prefácio (sem dizer, é claro, que a autora é sua esposa) e isto figura na capa do livro ?… É que, para quem acompanha mediamente o universo dos média e sobretudo da imprensa, o livro de Cagé não traz grandes e

Uma urgência demasiado esquecida

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J.-M. Nobre-Correia Média : Perante a grave crise que atravessa a informação escrita em Portugal, poderes políticos sucessivos manifestam uma indiferença que não deixará de ter sérias repercussões no sistema democrático… Portugal tem o índice de penetração da imprensa diária mais baixo da até há pouco chamada Europa Ocidental : umas sete a nove vezes inferior ao da Europa escandinava. E é provavelmente também o país que conta menos títulos diários relativamente às respetivas demografia e superfície. Como se isto não bastasse, diários há que correm o risco de deixarem de ser publicados. Enquanto outros se encontram em situação financeira grave, despedem jornalistas, diminuem o número de páginas e reduzem custos, o que se traduz numa inevitável perda de qualidade. Perante tal situação absolutamente catastrófica, parlamentos e governos sucessivos guardam silêncio, mantendo-se indiferentes e inertes, como se isso não lhe dissesse respeito. A pontos de deixarem pensar que, no fim