Para uma cidadania participativa

J.-M. Nobre-Correia A afirmação das democracias fez-se em paralelo com a da imprensa. O 25 de Abril destruiu-a. Urge favorecer o seu relançamento… Em 1787, em Paris, Thomas Jefferson, principal redator da declaração de independência dos Estados Unidos, é categórico: “se tivesse de decidir se deveríamos ter um governo sem jornais ou jornais sem governo, não hesitaria um momento em preferir a segunda [situação]”. Mas foi precisamente o contrário que a nova classe dirigente portuguesa decidiu fazer após o 25 de Abril. Com a ajuda de políticos (ou de candidatos a sê-lo) que procuraram fazer dos jornais instrumentos de manobra. De militares que, tendo-se livrado das guerras, não sabiam muito bem para onde se voltar e brincavam aos novos chefes. E de jornalistas (sobretudo de jornalistas-novos) para quem as redações se confundiam alegremente com barricadas de guerrilha permanente. Uns e outros e outros foram assim destruindo os numerosos diários e semanários ditos “nacionais” que rest...