O jornalismo num tempo de promessas e incertezas

J.-M. Nobre-Correia *

 

A entrada em cena de internet provocou uma explosão do sistema mediático. Mas há princípios de base do jornalismo que se mantêm…

 

Em matéria de informação, os nossos antepassados viveram um tempo de certezas ou de quase certezas. Com jornais que lhes anunciavam as notícias com o colorido ideológico que lhes convinha, a eles, antepassados. Depois, quando, já no século XX, a rádio, primeiro, e a televisão, depois, passaram a anunciar a atualidade no mundo, esses nossos antepassados deram-se conta que, afinal, imprensa, rádio e televisão não falavam dos mesmos assuntos de atualidade nem os tratavam da mesma maneira. No entanto, as divergências eram de certo modo relativas, até porque a rádio como a televisão, na quase totalidade dos países europeus viviam em regime de monopólio público, mais ou menos numa maior ou menor proximidade com o poder político do momento em cada um dos Estados do continente.

Uma novidade importante era o facto de as populações que viviam nas aldeias e no campo onde não chegavam sequer os jornais, passarem a ser igualmente atingidas pela rádio, a partir dos anos 1920-1930, e pela televisão, nos anos 1950-1960, ingressando assim no universo dos média e de temáticas para além das preocupações decorrentes da proximidade.

A situação complicou-se sobretudo a partir dos anos 1970. Digamos que, então, a paisagem mediática europeia explodiu, como se uma bomba a fragmentação a tivesse atingido. A fotocomposição e o offset vieram consideravelmente multiplicar as possibilidades de editar jornais periódicos e mesmo diários: as instalações técnicas eram mais ligeiras e os custos de produção mais baixos do que antes. Enquanto a frequência modulada, as redes de cabo e os satélites geoestacionários, associados a equipamentos de gravação e de emissão de sons e de imagens mais ligeiros e mais baratos, vieram provocar um enorme movimento de desmonopolização dos sectores da rádio e da televisão.

As consequências foram muito logicamente a fragmentação das audiências, mas também das receitas publicitárias. O que quer dizer que os média passaram de facto a dispor geralmente de menos meios financeiros para realizarem um jornalismo de qualidade, um jornalismo que supõe recolha de factos, investigação, verificação, perspetivação, interpretação e análise. Os média tiveram então que entrar numa lógica de concorrência cada vez mais assanhada, de modo a disputarem entre si as audiências, com conteúdos de preferência mais favoráveis à sensação, à emoção e ao entretenimento do que à informação no sentido mais restrito e preciso da palavra. Na informação, o espetáculo vai ter a prioridade em relação à exposição dos aspetos fatuais do acontecimento, e a indignação será privilegiada em relação à argumentação.

A PRIMEIRA VÍTIMA DA PROLIFERAÇÃO

A imprensa escrita foi a primeira vítima desta proliferação de rádios e de televisões, com a queda das vendas, sobretudo da imprensa dita nacional, considerando as pessoas que ficavam suficientemente informadas graças ao audiovisual e que, de qualquer modo, as notícias publicadas pelos jornais estavam por vezes já ultrapassadas quando lhes chegavam às mãos. Mas a imprensa escrita foi vítima também da transferência dos investimentos publicitários da imprensa para o audiovisual e sobretudo para a televisão, dado que a audiência desta era bem mais vasta e que o impacto da imagem animada nos consumidores era considerado como mais eficiente. O que levou muitos editores a lançarem-se na aventura dos jornais gratuitos, primeiro, e dos chamados “jornais compactos”, em seguida, numa tentativa de recuperar leitores e publicidade. Os primeiros eram remetidos gratuitamente por batalhões de distribuidores às pessoas de passagem no caminho para os empregos ou à entrada de espaços de lazer (de salas de espetáculos, por exemplo). Os segundos endereçavam-se sobretudo aos jovens e propunham, a um preço reduzido, um conteúdo menos diversificado, mais sintético, mais leve, do que outro jornal editado pelo mesmo grupo, concebido mais em conformidade com o figurino clássico e vendido a um preço mais elevado. Uns e outros constituíram porém, de certo modo, “o canto do cisne” de muitos editores…

Esta situação foi-se acentuando com o passar do tempo, até que o aparecimento da internet e o acesso a ela do grande público, a partir da segunda metade dos anos 1990, veio provocar um forte abalo na paisagem mediática mundial. Enquanto a crise financeira dos anos 2007-2008 agravou a situação com o desmoronamento da publicidade como fator maioritário e algumas vezes mesmo único da economia dos média tradicionais. Até porque o volume global dos investimentos publicitários não continuou a aumentar como nos anos anteriores.

Esta nova situação económica provocou um enorme movimento de concentração dos média em boa parte dos países da Europa. O que suscitou uma inevitável redução do número de redações, a constituição por vezes de equipas de redação comuns a diferentes média do mesmo grupo e, em boa parte dos casos, a uma diminuição do número de efetivos das redações. Assim como levou muitas vezes a uma redução das condições salariais dos jornalistas e a uma fragilização das remunerações dos jornalistas independentes “a recibo verde”.

No que diz respeito à publicidade, a situação é simples: os anunciantes compreenderam que os custos das inserções publicitárias na internet eram bastante mais baixos do que nos média tradicionais. Que estas inserções publicitárias lhes permitiam alcançar audiências muito mais vastas do que nos média tradicionais. E que a internet lhes permitia até delimitar mais precisamente os públicos que pretendiam alcançar, de “conversar diretamente com os consumidores e os clientes”[1]. Foram assim desaparecendo os jornais gratuitos como os “jornais compactos”, privados que eram de grande parte das receitas publicitárias com que contavam, até porque, no caso dos segundos, os jovens sentiram-se mais atraídos pelas novas tecnologias que lhes davam acesso à informação (…e a muitos mais conteúdos de divertimento). Em 2020, Google controla quase metade das despesas publicitárias mundiais, Facebook situando-se em segunda posição[2].

MUDANÇAS E CONVULSÕES DE FUNDO

No entanto, esta redefinição da estratégia publicitária era mais evidente do que aquilo que a chegada da internet supunha no que diz respeito aos média de informação e, mais particularmente, ao jornalismo. Porque a internet vai de facto intervir de maneira determinante no processo de trabalho dos média tradicionais, afetando tanto a forma como o fundo do que será proposto aos seus públicos[3], representando paralelamente mudanças e mesmo verdadeiras convulsões de fundo:

• os média passam a dispensar os habituais suportes de difusão (papel, ondas hertzianas, redes de cabo…), com o que isso significa até como redução de custos (no que diz respeito à aquisição, à gestão e à manutenção de tais suportes),

• todo o recetor de uma mensagem passa a poder ser igualmente emissor. E basta-lhe hoje um simples telemóvel para poder assumir as duas funções,

• a circulação da informação deixa assim de ser vertical, de cima para baixo, de um para muitos, dos profissionais para os simples leitores, ouvintes ou espectadores e passa a ser largamente horizontal, de muitos para muitos, entre pessoas conectadas entre elas. O que quer dizer também que as mais diversas personalidades, instituições ou empresas passam a poder dirigir-se diretamente aos seus públicos, utentes ou consumidores sem precisarem de passar pelos média tradicionais, evitando a capacidade de filtragem destes. “Cada um pode ser produtor, criador, editor e difusor”[4].

• toda e qualquer mensagem passa a ultrapassar as fronteiras habituais (locais, regionais, nacionais) e a ser difundida a nível planetário, captável nos lugares mais recônditos do mundo. Mesmo quando a mensagem é concebida visando um público local, ela pode ser igualmente captada na outra ponta do mundo, por puro acaso ou porque ela interessa particularmente alguém,

• esta difusão opera-se imediatamente, em tempo real. O que permite evitar longos transportes em matéria de imprensa para ser posta à “venda em banca”, por exemplo, ou para ser levada aos assinantes pelos correios postais ou por distribuidoras especializadas,

• os equipamentos móveis fazem que a informação passa a ser consultável a todo o momento e por toda a parte, e não, como tradicionalmente, sobretudo em casa ou em empresas, instituições e estabelecimentos diversos, mas também durante toda a espécie de deslocações ou de lugares,

• com a possível exceção das transmissões em direto de competições desportivas e de serões de eleições[5], o consumo da rádio e da televisão deixa de ser linear (às horas a que as redações querem, com a escolha de assuntos e o alinhamento que as redações querem) e passa a ser, sobretudo entre os jovens, à maneira do consumo da imprensa: quando o consumidor quer e aquilo que quer, na ordem em que quer. A informação deixa de ser proposta e de ser consumida “empacotada”, e passa a dar direito a um consumo “à la carte” pelo consumidor. E isto graças aos magnetofones, magnetoscópios, podcasts e replays, nomeadamente,

• opera-se uma convergência dos três média tradicionais, cada um deles sendo levado a conceber também conteúdos que eram tradicionalmente próprios dos outros dois média. Os jornalistas passam a ter que conceber conteúdos formulados de maneira diferente segundo o suporte a que se destinam. Mas deixam também de ser apenas autores de textos destinados a ser impressos ou ditos, mas também autores de fotografias, de gráficos, de gravações de sons e de imagens.

• enquanto os jornais diários se veem obrigados a “semanalizarem” ou a “magazinarem” os seus conteúdos, abordando assuntos que não decorrem da atualidade imediata mas sim de uma atualidade intemporal, os periódicos não-diários são levados a ter uma atividade diária e a procurar cobrir de certo modo a atualidade do dia,

• a todas estas novidades vem acrescentar-se a capacidade que a internet oferece de cada média poder fazer referência e permitir consultar documentos complementares provenientes dos próprios arquivos, de instituições diversas ou de outros média, documentos que enriquecem e completam a própria informação de atualidade.

AS CONSEQUÊNCIAS EDITORIAIS

Mas a internet significou também a entrada em cena anos depois, já nos primeiros anos do novo milénio, de toda uma série de novas ferramentas e de equipamentos até então desconhecidos que vieram provocar um gigantesco sismo no mundo da comunicação e da informação: os blogues, o ITunes (2001), os iPod (2001), os podcasts (2004), o Gmail (2004), o Facebook (2004), o Youtube (2005), o Twitter (2006), os iPhone (2007), o WhatsApp (2009), as iPad (2010), para citar apenas alguns, que passaram a ser novos canais de informação ou instrumentos de acesso a estes canais, quase sempre mais rápidos do que os média tradicionais. O que quer dizer que a revolução de fundo a que estamos a assistir está a operar-se há apenas vinte anos e até mesmo há menos tempo.

Em termos editoriais, as consequências destas mutações são numerosas:

• as edições em papel dos jornais estão a perder cada vez mais terreno. O que fez que muitos jornais em papel tenham pura e simplesmente desaparecido ou reduzido a periodicidade, embora em muitos casos as edições digitais tenham sido mantidas. O que quer dizer que

• desaparecem as fases da impressão, da distribuição e dos postos de venda, para não falar dos ardinas, e até por vezes a maquetagem tradicional, que fizeram parte da história da imprensa, velha de mais de cinco séculos,

• em consequência dos desaparecimentos evocados, as empresas editoras de jornais dispensaram o pessoal das tipografias (linotipistas/teclistas e rotativistas, nomeadamente), passando a haver mais grafistas e informáticos, mas também técnicos de fotografia, de som e de vídeo.

• os leitores passam a receber o jornal no instante mesmo em que é posto em linha pelo editor, sem terem portanto  que esperar que as transportadoras os levem até aos pontos de venda (e tendo depois os leitores que o ir procurar aqui) ou que os serviços postais os levem até às caixas do correio, quantas vezes com atrasos de horas ou mesmo de dias.

Porém, há que reparar que o desaparecimento de uma boa parte das edições em papel não significa de modo algum o desaparecimento das publicações escritas. O suporte dos conteúdos escritos muda, como tinha mudado antes do papiro para o pergaminho e o velino, e destes para o papel de trapos e, muito mais tarde, para o papel de madeira[6]. Mas as publicações escritas continuarão a ser perfeitamente viáveis sob a forma digital e na internet. E diários há que têm mesmo aumentado consideravelmente o número de assinantes e de leitores, sobretudo se se trata de jornais de referência ou jornais de economia e de finanças: em 2021, Le Monde 78,10% das suas 531 316 vendas (as mais elevadas de toda a sua história) têm como origem o digital, 45 % das suas receitas provêm das assinaturas em digital e em papel, e 23% das vendas em banca[7]; em maio de 2022, El País anuncia 204 295 assinantes, dos quais 164 200 “exclusivamente digital”[8].

Paralelamente, tem-se assistido por essa Europa fora ao lançamento de diários escritos puramente digitais, entre os quais um exemplo de grande sucesso é o parisiense Mediapart, lançado em 16 de março de 2008, propriedade de jornalistas, contava 218 099 assinantes há precisamente um ano e é largamente beneficiário há muitos anos. Ou Arrêt sur Images, jornal digital consagrado ao tratamento da informação pelos média, propriedade da sua equipa, sem publicidade, que anuncia 26 mil assinantes[9]. Da mesma maneira que os boletins especializados (as “lettres confidentielles”, as “newsletters”) muito específicos (sobretudo sobre economia e finanças, política nacional e internacional, tecnologias…), destinados a públicos muito circunscritos, tendem a multiplicar-se, alguns dos quais com muito sucesso, sendo geralmente assumidos por equipas de redação extremamente reduzidas.

REPENSAR A PRÁTICA JORNALÍSTICA

Mas a internet vai sobretudo obrigar a repensar a prática jornalística[10]. E isto, para começar, porque as pessoas deixaram de esperar que sejam os “média tradicionais” a anunciar-lhes o que se passa no mundo. As chamadas “redes sociais” (Facebook, YouTube, WhatsApp, Twitter, Instagram) e demais plataformas digitais estão hoje cada vez mais na origem da informação de que dispõem as pessoas[11]. Pelo que estas mesmas pessoas estão hoje à espera sobretudo que os “média tradicionais” e mesmo os média nascidos já nos tempos da internet

• assumam, não a função de anúncio, mas as funções de verificação dos factos anunciados, de recolha de novos factos originais, de investigação de dados complementares dos factos, de verificação dos factos públicos e inéditos, de perspetivação dos factos num contexto (histórico, sociológico, económico, político…) mais largo, de interpretação dos factos (dos antecedentes, das prováveis evoluções e das possíveis consequências) e de análise prospetiva dos factos (qual poderá ser o seguimento e as consequências destes), e até de tomada de posição perante acontecimentos particularmente importantes da vida política ou societal. Num momento da história em que o preço da informação anunciada tende a diminuir e mesmo a ser próximo de zero, dar sentido aos factos, aos acontecimentos, tem mais valor do que nunca, e isso é sobretudo apanágio dos jornalistas[12], que terão assim que ir mais longe do que as clássicas interrogações sobre “o quê”, “quem” “onde”, “quando” e “porquê”.

Este novo tipo de jornalismo, assim como o indispensável reforço dos princípios fundadores do velho jornalismo nascido a partir dos séculos XVI-XVII e claramente reforçados com a industrialização da imprensa no século XIX, faz que os média que gozam de mais credibilidade e de melhor aceitação pela sua qualidade, tenham em alguns casos reforçado fortemente as suas equipas de redação, em termos quantitativos e sobretudo em termos de competências. Em maio de 2022, um jornal como Le Monde conta atualmente 520 jornalistas, quando contava apenas 310 onze anos antes[13]; e El País conta com “mais de 400 redatores, fotógrafos e outros profissionais” nas suas principais redações de Madrid, Barcelona, Cidade de México e Bogotá[14].

Por outro lado, assiste-se nalguns casos a uma deslocalização da produção jornalística para países em que os custos são de longe inferiores, mas onde se encontram profissionais de grande qualidade e sem problemas no que diz respeito à prática da língua do média que os emprega. Mas assiste-se também a uma intervenção cada vez maior de robôs na produção de peças de informação, sobretudo em matéria de relatos e resultados desportivos (casos do sítio estado-unidense StatSheet), de cotação de valores na bolsa e de tendências bolsistas (como a agência Bloomberg), de resultados de eleições[15].

Há ainda a inteligência artificial que permite já, por exemplo, propor a leitura de artigos do londrino Financial Times ou do parisiense Les Échos por vozes de síntese, o ouvinte podendo mesmo escolher a voz que prefere. E, em matéria de rádio, o DAB+ permitirá cada vez mais que o ouvinte tenha igualmente acesso às palavras da música e às imagens dos intérpretes, por exemplo. A inteligência artificial irá também transformar um texto escrito numa banda-som ou num espetáculo vídeo, e reciprocamente. E é anunciada a chegada de animadores holográficos como apresentadores de telejornais e de outros tipos de emissões, perspetiva que existe já concretamente a nível experimental.

PERANTE O TSUNAMI PERMANENTE

Todas estas novas tecnologias têm consequências fundamentais na prática jornalística: o ciclo da informação passou a ser ininterrupto, o poder das fontes afirma-se perante o dos jornalistas, qualquer indivíduo passa a poder difundir informação, a polémica ganha peso em detrimento da factualidade dos acontecimentos, os assuntos com caráter chocante tomam importância de modo a procurarem reunir mais largas audiências[16].

Esta revolução tecnológica opera-se a uma velocidade vertiginosa, sendo a duração de vida das novas tecnologias bastante breve. O que supõe da parte dos média uma reconversão tecnológica frequente, com os custos que isso supõe. Como supõe também que os consumidores sejam igualmente levados a dever procurar equipar-se com as novas tecnologias se quiserem poder ter pleno acesso nas melhores condições às produções destes média.

Perante este tsunami permanente, um problema de fundo se põe: vamos nós ser dominados em termos de informação por uma meia dúzia de grandes conglomerados do género dos GAFA estado-unidense ou, num próximo futuro, dos seus equivalentes BATX chineses? Quer dizer: por conglomerados “que controlam a navegação a os seus parâmetros na internet”[17] e cujo poder os faz já largamente escapar aos poderes instituídos dos nossos Estados de direito europeus democráticos? Uma interrogação absolutamente essencial.

Outro debate tem surgido nestes últimos anos, nos Estados Unidos como em França, por exemplo, que consiste em afirmar que a qualidade da informação é indispensável ao bom funcionamento da democracia e constitui um “bem público” que deve, por isso, ser fruto de instituições “não-lucrativas”. Um debate que conviria abordar num país como Portugal onde paisagem mediática é de uma extrema pobreza e manifestamente pouco plural, e onde a informação jornalística deixa notoriamente muito a desejar

Repensar o futuro da paisagem mediática é tanto mais urgente que, parafraseando Jean-François Fogel e Bruno Patino, “internet não é um suporte mais; é o fim do jornalismo tal como ele viveu até aqui”, acrescentando mesmo que os média não iniciaram “um novo capítulo da sua História, mas sim uma outra História, sob o regime d’internet”[18]. Ao que os estado-unidenses Bill Kovach e Tom Rosenstiel poderiam replicar: “cada geração cria o seu próprio jornalismo. Mas o objetivo, ele, permanece o mesmo”[19]

 

Professor emérito de Informação e Comunicação na Université Libre de Bruxelles.

 

Texto que serviu de base à intervenção do autor no doutoramento em Ciências da Comunicação da Universidade de Beira Interior, em 11 de março de 2022.



[1] Éric Scherer, A-t-on encore besoin des journalistes?, Paris, PUF, 2011, p. 29.

[2] Jacques Attali, Histoires des médias, Paris, Fayard, 2021, p.336.

[3] Jean-François Fogel e Bruno Patino, Une presse sans Gutenberg, Paris, Grasset, 2005, p. 147.

[4] Éric Scherer, A-t-on encore besoin des journalistes?, p. 28.

[5] Jean-François Fogel e Bruno Patino, Une presse sans Gutenberg, p. 27.

[6] Ver J.-M. Nobre-Correia, História dos Média na Europa, Coimbra, 2021, pp. 23, 28 e 101.

[7] Le Monde, Paris, 22 de dezembro de 2021 e 1 de fevereiro de 2022; ACPM, consultado em 8 de março de 2022.

[8] El País, Madrid, 1 de maio de 2022.

[9] Nascida como emissão semanal na La Cinquième (futura France 5) em 28 de janeiro de 1995, Arrêt sur Images é suspensa em 17 de junho de 2007 pela direção do canal. Em 13 de setembro de 2007, Arrête sur Images regressa sob a forma de um sítio na internet, cuja versão definitiva aparece em 7 de janeiro de 2008 como média em linha a pagamento por assinatura.

[10] Ver J.-M. Nobre-Correia, Média, informação e democracia, Coimbra, 2019, pp. 343-353.

[11] Jacques Attali, Histoires des médias, p. 328.

[12] Éric Scherer, A-t-on encore besoin des journalistes?, pp. 99, 101, 107 e  110.

[13] Le Monde, Paris, 12 de maio de 2022.

[14] El País, Madrid, 1 de maio de 2022.

[15] Éric Scherer, A-t-on encore besoin des journalistes?, p. 96.

[16] Jean-François Fogel e Bruno Patino, Une presse sans Gutenberg, p. 32.

[17] Jean-François Fogel e Bruno Patino, Une presse sans Gutenberg, p. 63.

[18] Jean-François Fogel e Bruno Patino, Une presse sans Gutenberg, p. 16.

[19] Bill Kovach e Tom Rosenstiel, Principes du journalisme, Paris, Gallimard, 2015, p. 31 (col. Folio actuel, n° 160).



Texto publicado na revista Jornalismo & Jornalistas, Lisboa, n° 78, maio-setembro de 2022, pp. 12-17.

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