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A mostrar mensagens de agosto, 2024

Conceber uma ambição para a Lusa - 3

No seguimento da publicação aqui (em 16 de agosto) do meu artigo publicado no "Expresso" de 15 de agosto e do texto de um Leitor (não identificado, mas do meu conhecimento, em 19 de agosto), recebi de Afonso Camões (que foi administrador não executivo da Lusa entre 2005 e 2009, e presidente e administrador executivo entre 2009 e 2014) um longo texto que já tem alguns anos mas que continua a ter grande interessante para compreender a importância da Lusa no contexto mediático nacional e lusófono… ••••• […] Cheguei à Lusa no outono de 2005, nomeado como administrador não executivo, em representação do acionista Lusomundo Média, designação do maior acionista privado da agência, que mudou posteriormente para Controlinveste e, depois ainda, para Global Media Group. Em princípios de 2009, fui eleito pela primeira vez presidente e administrador executivo, pela unanimidade dos acionistas, em assembleia geral, tendo sido reconduzido para novo mandato em 2012. Quando em outubro de 2014

Conceber uma ambição para a Lusa - 2

Um Leitor altamente conhecedor do funcionamento da agência Lusa endereçou-me uma reação ao artigo que publiquei no "Expresso" de quinta-feira 15 de agosto. Porque considero o seu texto extremamente interessante, pedi-lhe para o poder publicar aqui no meu blogue, limitando-me a suprimir, com o consentimento dele, dois curtos parágrafos iniciais e outro final de caráter mais pessoal, e a não indicar o nome do Autor. Aqui fica esta importantíssima contribuição para um debate sobre o futuro da agência de informação em língua portuguesa… ••••• "[…] não posso deixar de lhe dizer o seguinte:   Do meu ponto de vista fez o Estado muito bem em comprar a quase totalidade do capital da Lusa. E só não é a totalidade porque há acionistas que estão desaparecidos em combate, faliram ou pura e simplesmente desapareceram.   E porque fez bem o Estado? Porque pura e simplesmente os privados não vêem qualquer interesse em manter-se como acionistas da Lusa e, para a Lusa, esses acionistas não

Conceber uma ambição para a Lusa

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Portugal não pode contentar-se em dispor de uma agência de informação tão limitada no seu perímetro de ação…   J.-M. Nobre-Correia No último dia de julho, o Estado compra participações de acionistas privados na agência  Lusa  e passa a deter 95,86% do seu capital. Notícia que cai na indiferença geral de um país em férias. E até mesmo numa relativa distração dos média, quando  Lusa  dispõe em Portugal de um estatuto de monopólio de facto como agência de informação geral. Quando em boa parte dos países vizinhos, a grande agência nacional de informação conta com uma ou mais concorrentes que lhe disputam clientes, propondo abordagens diferentes da atualidade. Que esta alteração de fundo não tenha “provocado ondas”, traduz bem a inconsistência de um meio político que, na sua maioria, prefere média canalizadores de comunicação oficiosa e não vigilantes atentos e críticos da atualidade. Mas é também o reflexo de um panorama mediático nacional particularmente pobre. Com uma imprensa diária e s