Neste
verão de São Martinho (l’été indien, como dizem os francófonos…) — cheio de céu
azul, sol e calor — no Parque Verde, à beira do Mondego, ao fim da manhã…
Portugal não pode contentar-se em dispor de uma agência de informação tão limitada no seu perímetro de ação… J.-M. Nobre-Correia No último dia de julho, o Estado compra participações de acionistas privados na agência Lusa e passa a deter 95,86% do seu capital. Notícia que cai na indiferença geral de um país em férias. E até mesmo numa relativa distração dos média, quando Lusa dispõe em Portugal de um estatuto de monopólio de facto como agência de informação geral. Quando em boa parte dos países vizinhos, a grande agência nacional de informação conta com uma ou mais concorrentes que lhe disputam clientes, propondo abordagens diferentes da atualidade. Que esta alteração de fundo não tenha “provocado ondas”, traduz bem a inconsistência de um meio político que, na sua maioria, prefere média canalizadores de comunicação oficiosa e não vigilantes atentos e críticos da atualidade. Mas é também o reflexo de um panorama mediático nacional particularmente pobre. Com...
Um Leitor altamente conhecedor do funcionamento da agência Lusa endereçou-me uma reação ao artigo que publiquei no "Expresso" de quinta-feira 15 de agosto. Porque considero o seu texto extremamente interessante, pedi-lhe para o poder publicar aqui no meu blogue, limitando-me a suprimir, com o consentimento dele, dois curtos parágrafos iniciais e outro final de caráter mais pessoal, e a não indicar o nome do Autor. Aqui fica esta importantíssima contribuição para um debate sobre o futuro da agência de informação em língua portuguesa… ••••• "[…] não posso deixar de lhe dizer o seguinte: Do meu ponto de vista fez o Estado muito bem em comprar a quase totalidade do capital da Lusa. E só não é a totalidade porque há acionistas que estão desaparecidos em combate, faliram ou pura e simplesmente desapareceram. E porque fez bem o Estado? Porque pura e simplesmente os privados não vêem qualquer interesse em manter-se como acionistas da Lusa e, para a Lusa, esses acionistas não...
J.-M. Nobre-Correia Nunca tive alma de militante político! Ou mais exatamente: ser militante de um partido político nunca foi “ma tasse de thé”. Pela simples razão que sempre quis pensar pela minha cabeça e não alinhar em posições adotadas por instâncias dirigentes de um partido e seguir disciplinadamente o que elas decidiram. Mas, para que seja bem claro, até tenho uma certa admiração e respeito pelos militantes que se investem desinteressadamente na vida da “polis”. Dito isto, a vida política sempre me interessou como observador exterior, como leitor de jornais e livros na matéria e como cidadão “engagé” em questões que considero fundamentais em termos de Democracia pluralista, de Estado de direito e de Justiça social. O que explica que uma das minhas formações académicas seja precisamente em ciências políticas. Não impede que, apesar de viver agora em Portugal, após uma vida académica como estudante e como profissional, inteiramente desenrolada prioritariamente no estrangeiro, ...
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