A função do intelectual

J.-M. Nobre-Correia

Nos primeiros dias da intervenção militar da Rússia na Ucrânia, partilhei no Facebook um texto de Edgar Morin e outro de Boaventura de Sousa Santos. Dois artigos que achei particularmente interessantes em termos de argumentação, mas que deram lugar a insultos e acusações de uma violência inesperada e absolutamente inacreditável. Percebi assim que tínhamos entrado num tempo em que toda e qualquer argumentação razoável e serena era impossível. Pelo que decidi não intervir mais sobre este tema…

Mas, como se diz na minha outra língua, …il y a des choses qu’il ne faut pas dire, mais cela ira mieux en les disant!… E é isso que me leva a partilhar aqui o texto publicado hoje pelo Professor Sousa Santos no Público. Pouco importa saber se concordo ou não com os artigos dele e é evidente que nem sempre concordo, mas penso que, no fim de contas, isso até é secundário.

Considero no entanto que os textos de Sousa Santos (aqueles que li e é evidente que não os leio todos…):

• são sempre formidavelmente bem informados e

• revelam sempre uma argumentação extremamente interessante.

Acrescento ainda um terceiro aspeto que me impressiona:

• apesar dos numerosos e inqualificáveis ataques de que tem sido alvo, Sousa Santos continua serenamente a propor-nos a sua reflexão sobre temas da atualidade, sem reagir sequer a tais ataques…


https://www.publico.pt/2022/08/03/opiniao/opiniao/mereceu-pena-2014464

Comentários

  1. Obrigada. Também aprecio as reflexões de Sousa Santos. Ontem li um seu artigo, no último JL que assino, que apreciei.[ Os CTT continuam a atrasar-se nas entregas cerca de uma semana!]

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