Uma estranha "carta aberta"

 J.-M. Nobre-Correia

Por razões deontológicas, sempre me proibi sugerir publicamente a jornalistas assuntos a tratar. Faço hoje uma exceção à regra que me impus há quase cinquenta anos. E permito-me assim propor aos jornalistas e média generalistas portugueses que procurem saber

1. quais (ex-)bastonários da Ordem dos Médicos reagiram publicamente à recusa de hospitais privados em receberem doentes da covid-19 e até ao encerramento decidido por alguns deles nos primeiros meses da vaga de pandemia?

2. quais (ex-)bastonários da dita Ordem do Médicos dirigem atualmente empresas privadas do sector médico ou têm atividades profissionais em clínicas e hospitais privados?

Compreenderemos assim muito melhor o sentido do “alerta público” publicado hoje no Público por nada menos de seis (ex-)bastonários, “quase oito meses depois da pandemia covid-19 ter entrado em Portugal”, como eles próprios fazem reparar. Até porque não vi confrades deles tomarem idênticas iniciativas nos jornais de referência de quatro países estrangeiros que leio diariamente (provavelmente porque estes têm outra conceção do que seja a função social de uma ordem profissional).

Que os seis Senhores Doutores me permitam também uma sugestão: leiam a imprensa de referência europeia antes de virem fazer as acusações que fazem e as propostas notoriamente tardias e demasiado interesseiras que avançam. Talvez a indignação dos ditos bastonários possa então ser menos seletiva…

 

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