Uma estranha emissão

J.-M. Nobre-Correia

Viram aquela emissão que passou hoje à noite na RTP1 entre as 21h00 e as 21h30?

A primeira constatação espantosa foi ver como autora de uma emissão de política nacional uma jornalista que nestes últimos meses aparece frequentemente em ligações diretas do estrangeiro. Ligações que nos são anunciadas como “reportagens” (e foi aliás o caso hoje no telejornal das 20h00), embora pouco tenham de reportagens: as imagens próprias produzidas de acontecimentos e de situação são raras. Trata-se antes do mais, de facto, de correspondências pouco sintéticas e bastante editorializadas…

Pois hoje, após o telejornal, a dita “repórter” em matérias estrangeiras propôs-nos uma emissão inacreditável. Inacreditável porque num estilo de perguntas previamente escritas sobre política nacional e sem que fosse ela a formulá-las na emissão. Sendo a mesma pergunta feita sucessivamente aos líderes dos partidos com representação na Assembleia da República. E depois mais uma segunda pergunta aos ditos líderes, e mais uma terceira pergunta, e mais outra, e assim de seguida. Estando os mesmos líderes instalados nos mais diversos enquadramentos, inclusivamente num quartel de bombeiros…

Só que a ausência de pertinência e de coerência das perguntas no desenrolar da emissão era por demais evidente, partindo nos sentidos mais estapafúrdicos. Sem que isso nos permitisse de modo algum conhecer melhor as personalidades que pretendem vir a ser nossos representantes na futura Assembleia da República e até no futuro Governo da nação. Como se de facto se tratasse muito simplesmente, para a jornalista, dar provas de trabalho feito e, para a direção da informação, preencher tempo de antena sobre a temática atual das eleições que se aproximam…

Assim vai a informação na televisão “de serviço público”!…

  

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