O teatro do Bloco

 J.-M. Nobre-Correia

Quando um partido confunde ação política com desempenho de uma peça num palco chamado parlamento ou televisão…

Viram o que aconteceu hoje com o voto do Orçamento de Estado na Assembleia da República?

Se querem compreender um dos aspetos, não se esqueçam que Catarina Martins é atriz. E o que ela anda a fazer há anos, na Assembleia da República e nos média (sobretudo perante as câmaras de televisão), é antes do mais teatro. Um muito mau teatro, diga-se em abono da verdade, com lados bastante irritantes de pretensa prima donna e preocupantes incidências sobre o futuro da esquerda e da democracia em Portugal.

Desta vez, o seu partido — que conta outros protagonistas em matéria de teatro — resolveu apostar lançando a moedinha ao ar: caras ou cruzes? Vai o Bloco conseguir apanhar eleitores tradicionais do PS (que consideram que este não é suficientemente reformista) e/ou do PCP (estimando que este não é suficientemente radical)?; ou vai o Bloco entrar em fase de erosão nas próximas eleições? Esperemos apenas que seja o Bloco de Esquerda o único a pagar as consequências de um manifesto irrealismo irresponsável de novo aliado “objetivo” da direita e da extrema-direita…


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