O falhanço dos média “de referência”

J.-M. Nobre-Correia

O que rádios e televisões anunciaram hoje às 20h00 foram as estimativas dos resultados eleitorais: foi isso pelo menos que nos foi dito…

Porém, o que não foi anunciado foi a derrota dos média portugueses que se pretendem “de referência”. Não só tinha sido mais ou menos visível a maneira como fizeram eles próprios campanhas “engagés” e levaram até “ao colo” certos personagens e partidos. Mas mais grave ainda foi a maneira como propagaram “sondagens” que as eleições de hoje provaram ser muitíssimo pouco fiáveis. Como grave foi a maneira como as interpretaram sem a devida distância e o indispensável sentido crítico, falando nestes últimos dias de “empates” que finalmente nem de longe se verificaram.

Põe-se desde logo, uma vez mais, a questão de saber se a missão de um média de referência é de informar os seus leitores, ouvintes ou espectadores com factualidade, inteligência e serenidade. Ou, ao contrário, de provocar neles sensações fortes, emotivas e largamente desprovidas de racionalidade.

Põe-se também a questão de saber se a democracia portuguesa poderá viver, e até sobreviver, sem média de informação rigorosos e exigentes, suficientemente diversos e realmente pluralistas…

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Como é possível?!

O residente de Belém ganhou mesmo?

Deixem-me fazer uma confissão