Mudaram o tema dominante da atualidade…

J.-M. Nobre-Correia

Já repararam? A Ucrânia já não está a dar para aquilo que é a prática jornalística globalmente generalizada nos média portugueses. Quais serão as razões jornalísticas que explicam esta perda de interesse? A não ser que haja razões políticas para explicar tal perda de interesse…

Agora o que está a dar é a “crise” dos serviços de urgência e de obstetrícia nos hospitais públicos. Até porque, muito naturalmente, o que se passa em matéria médico-hospitalar interessa particularmente os cidadãos, aqui como em qualquer outro país.

Depois, como sabem, este tema volta regularmente aos média. É que as corporações de médicos e enfermeiros (ordens, sindicatos,…) têm importantes serviços de assessoria que conseguem pôr regularmente o assunto na agenda dos média e que facilitam grandemente a vida dos jornalistas fornecendo-lhes comunicados, dossiês e propostas de profissionais prontos-a-entrevistar…

Mas não sejamos ingénuos: o ativismo destas corporações visa antes do mais promover o sector privado da medicina, sem esquecer o aumento dos salários e das regalias de quem trabalha no sector público. Mas como tais interesses da “classe” (para-)médica permitem à “classe” jornalística encher facilmente os chouriços que nos propõem…

  

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