Um silêncio que o denuncia!

J.-M. Nobre-Correia


Já reparam que aquele tipo com fama de inteligente, mas de facto tragicamente imaturo e até mesmo atardado, filho de fascista, “afilhado” in petto de fascista, denunciador de democratas do Congresso de Aveiro como sendo “comunistas”, que conseguiu impor-nos intrigas, manobras e palhaçadas permanentes na imprensa semanal, em rádios e em televisões durante 50 anos, ao ponto de nos atordoar com um, duas, três, quatro e até cinco aparições diárias em telejornais, desapareceu desde o golpe de Estado palaciano que urdiu com a cumplicidade de uma incapaz procuradora-geral da República que vimos depois festejar o “25 de Novembro”?

Há três semanas que os senhores bispos deste país, de quem ele tanto gosta de beijocar os anéis, deveriam ter-lhe sugerido de se demitir para não continuar a profanar princípios que teoricamente tanto apregoam. Enquanto vamos esperando que haja por aí um escritório de advogados reconhecidamente democratas lhe instaure um processo por ter, com as suas intrigas, manobras e demais palhaçadas, violado regularmente o Estado de direito e fragilizado a Democracia portuguesa, como nenhum outro antes dele depois do 25 de abril de 1974.

Ao ameaçar irresponsavelmente repetidas vezes e provocar de facto duas dissoluções prematuras e injustificáveis do parlamento, o residente incontinente de Belém concebeu de facto uma estratégia para tentar trazer os seus para o governo e, se possível, para “normalizar” os sucessores do papá e do “padrinho” fascistas, gente que reconhece como sendo os da sua laia, daquela linha Estoril-Cascais de que tantas saudades tem como puto brincalhão irresponsável a quem pouparam devidamente a ida à guerra nas colónias. E que agora, ao que tudo leva a pensar, mete cunhas para gémeas brasileiras conhecidas do filho que custaram nada menos de 4 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde. Depois de ter dado uma trágica imagem da Democracia portuguesa, fazendo considerações ridículas sobre o decote de uma emigrante ou perfeitamente ignorantes sobre a dolorosa questão palestiniana…

Só que o silêncio atual do residente incontinente de Belém não pode satisfazer de modo algum democratas vítimas do salazarismo que, cada um à sua maneira, se bateram por pelo regresso de Portugal à democracia: só a demissão do irresponsável Marcelo Rebelo de Sousa lhes pode dar o sentimento de que a Democracia portuguesa pode ainda ter felizes dias de esplendor no futuro…

  

Comentários

  1. M. Nobre-Correia como sempre assertivo nos seus artigos. Pena a maioria dos jornalistas serem lacaios de Marcelo. Não sou ninguém para elucidar o senhor se fosse dizia-lhe para os dedos e sabedoria continuar a mostrar o “traste que é Marcelo. Um filho de um ditador que era a favor das ex-províncias ultramarinas mas safando os filhos de ali baterem com os costados que foi o meu caso.
    Um abraço.

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