Uma entrevista para ver

J.-M. Nobre-Correia

Graças a uma antiga colega de exílio em Bruxelas, pude ver agora esta emissão, pois não tenho por hábito espectador deste género de programas na televisão portuguesa. E vi-a porque li na altura em que saiu o livro de António Costa Silva, “Portugal e o mundo numa encruzilhada” (Bertrand, julho de 2021, 328 p.) e fiquei absolutamente deslumbrado. Deslumbrado com a vasta cultura, a inteligência e a clareza de pensamento que o livro punha em evidência no que dizia respeito ao autor.

Quanto à entrevista, particularmente interessante, fiquei uma vez mais chocado com esta necessidade do entrevistador de

1. interromper demasiadas vezes e despropositadamente o entrevistado com intervenções puramente pontuais,

2. interromper o entrevistado unicamente para mostrar que também conhece o assunto, impedindo muitas vezes o entrevistado de concluir a sua argumentação,

3. fazer perguntas que são de facto mini-editoriais e não perguntas claras, secas, pontuais.

Uma entrevista não é um diálogo entre entrevistador e entrevistado, mas sim uma tentativa de primeiro para procurar saber mais, neste caso, sobre a análise, a opinião do segundo sobre a situação atual.

Dito isto, o entrevistador foi impecável ao tratar sempre o entrevistado por “António Costa Silva”, quando este se permitiu tratar em três ocasiões o entrevistador por “Vítor”, adotando uma atitude de superioridade …com quem não guardou as vacas com ele!

Por outro lado, o professor António Costa Sila deveria saber que, em bom português, quando se faz referência a um valor formulado em algarismo, não se diz “ponto” antes das decimais, mais sim “vírgula”!

Em suma: uma entrevista extremamente interessante que aconselho os meus Leitores a ver.

  

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