Há ditadores e ditadores: os mauzões e os bonzinhos!
J.-M. Nobre-Correia
Então é assim. Ou melhor: o avaliómetro das nossas democracias funciona assim:
• há os países que são umas horríveis ditaduras, onde só acontecem coisas insuportáveis: são aqueles que não têm vergonha nenhuma em ser aliados da Rússia ou da China ou de regimes desse género,
• depois há aqueles países que têm a pretensão de ser aquilo a que chamavam outrora “’não alinhados”, onde acontecem também umas coisas perfeitamente criticáveis e mesmo detestáveis, e que é preciso denunciar regularmente,
• por fim há aqueles países nossos aliados onde não acontece nada ou pouca coisa. E se acontece alguma coisa (repressão omnipresente, condenações à morte em série, esquartejamentos de condenados,…), os nossos interesses estratégicos convidam-nos a fazer que não vemos. E mesmo, se preciso for, os ditadores sanguinários destes países são recebidos pelas nossas belas democracias com as devidas honras…
Ainda há poucos dias, aquele que, estado-unidense, se pretende líder do “mundo livre e democrático” foi prestar vassalagem ‘ou pelo menos assim parecia) àquele que mandou esquartejar um opositor e que semeia duradoiramente a destruição no vizinho Iémen.
Hoje é aquele que, francês, se pretende líder ou colíder da nossa União Europeia, que recebe em grande pompa o mesmo simpático amigo. Já que falta p gás russo, haja o petróleo saudita. E vivam as nossas belas democracias inatacáveis em matéria de ética!…
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