A terra que era a deles…

J.-M. Nobre-Correia

Tenho-me lembrado muito nestes últimos dias daquele colega em Ciências Políticas que veio ao meu quarto na Cidade Universitária para que eu lhe explicasse umas dificuldades da cadeira de Estatística. Estávamos em 1968, se não me engano.

Eu tinha comprado laranjas no Sarma (ou seria Nopri o nome ? No mesmo espaço encontra-se há longos anos uma grande livraria), supermercado da Avenue de l’Université, uns 200 metros mais longe. Certas laranjas traziam um autocolante que indicava que vinham de Haifa. E, no meio das explicações, ofereci uma laranja ao meu colega dizendo-lhe que vinha de Israel : “De Israel não ! Da Palestina !”, reagiu ele crispado…

Fiquei impressionado com a reação daquele colega palestiniano. E foi uma daquelas situações simples, fulminantemente límpidas, que me impressionaram e que nunca esqueci. E de que me tenho lembrado muito nestes últimos dias…

 

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