Lembrei-me de Dusseldórfia…

 J.-M. Nobre-Correia

Hoje, lembrei-me uma vez mais de Dusseldórfia. Ou melhor: lembrei-me da primeira vez que fui a Dusseldórfia, na Alemanha. Estávamos ainda no início dos anos 1970, bem antes do 25 de Abril português.

Quando eu saí de um autocarro, a moça que por mero acaso se encontrava ao meu lado, atravessou a rua na devida passagem para peões para ir pôr o bilhete de transporte no caixote do lixo do passeio do outro lado da rua. Fiquei impressionadíssimo e lembrei-me evidentemente dos maus hábitos de meados dos anos 1960 em Portugal, onde eu não voltara…

Esta tarde fui a um supermercado e assisti a uma cena revoltante: no estacionamento do supermercado, um jovem de uns 28-30 anos, sentado em frente do volante do seu carro. No banco de trás ia uma criança de uns três anos. E o pai (?) resolveu deitar o resto de um biscoito para o chão do estacionamento. Gesto repetido imediatamente com o bilhete de uma “raspadinha” e um maço de cigarros vazio ! Quando havia um caixote do lixo ali a uns três ou quatro metros…

Lembrei-me então uma vez mais de Dusseldórfia. E pensei que, decididamente, este povo português, sessenta anos depois, tem ainda muito que aprender em matéria de comportamento em sociedade, de respeito pelo espaço público e pelos seus concidadãos. Muitos espécimes deste povo até dizem que são europeus, mas a triste verdade é que não sabem sê-lo…


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