Julgavam que era a coutada deles…

J.-M. Nobre-Correia

O caso da gémeas brasileiras tratadas em Santa Maria tem dado lugar a manobras que põem em evidência a verdadeira natureza do autor da cunha…

 Este Marcelo Rebelo de Sousa quer tomar-nos por parvos! No seu estilo manobreiro e intriguista inato, procura absolutamente convencer-nos estes dias que não é em nada responsável da inacreditável história das gémeas brasileiras!

Como se nós não soubéssemos bem que qualquer chefe de Estado por essa Europa fora dispõe de uma coorte de próximos colaboradores, reunidos nomeadamente nas chamadas “casa civil” e “casa militar”. E, bem evidentemente, não é ele que atende todos os telefonemas, que abre e lê todos os sms, “mails” e correios postais. Que não é ele que recebe todos os visitantes no palácio presidencial. Nem é ele que dá todos os telefonemas nem escreve todas as mensagens ou cartas que emanam do dito palácio.

Mas, claro está, quando alguém tem contactos orais ou escritos com colaboradores diretos do dito chefe de Estado, esse alguém conclui muito naturalmente que essa é a reação ou a decisão do chefe de Estado. E no caso de que se fala atualmente, é por demais evidente que quaisquer que tenham sido os intermediários entre o chefe de Estado e o Hospital de Santa Maria, o pedido (se não a decisão, a ordem) irrecusável provinha de Rebelo de Sousa.

Quando este mesmo Rebelo de Sousa recebeu o pedido do filho “doutor Nuno” (!), só tinha uma atitude a tomar: contactar diretamente este filho e dizer-lhe que, dadas as suas funções de chefe de Estado, não podia permitir-se intervir num assunto privado. Só que os ditos Rebelo de Sousa pai e filho consideraram que Portugal era uma coutada privada deles. Pelo que podiam agir como a família estava habituada nos tempos do pai e avô Baltazar…

Só que os tempos mudaram e “Marcelo” parece não ter-se ainda dado conta. E anda agora como uma barata tonta a tentar implicar o governo, antigos e atuais governantes, colaboradores da Presidência, administradores e clínicos do Hospital, e até o próprio filho, sacudindo a água do seu capote de responsável. As manobras são aliás por demais evidentes. Esperemos porém que desta vez os cidadãos não se deixarão ludibriar e rejeitarão o engodo…

  

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