Os discursos encantatórios e a realidade da História

J.-M. Nobre-Correia

A propósito do dia da “liberdade de imprensa”, vi por aqui no Facebook textinhos encantatórios sobre a imprensa portuguesa. Uma imprensa que, dizem eles, teria sido formidável no passado, mas que já não o será hoje…

Deixemos de nos contar “histórias de encantar” sobre a imprensa e o jornalismo portugueses!

Em termos históricos, ao longo dos séculos XIX, XX e XXI, Portugal nunca teve uma imprensa à altura da sua demografia: as tiragens (e as vendas) sempre foram relativamente miseráveis (Ver a minha História dos Média na Europa, edições Almedina).

Da mesma maneira, Portugal nunca dispôs de jornais da qualidade do que de melhor se faz em boa parte da Europa. Não só em países com uma demografia 4 a 6 vezes superior (e há uma relação relativamente direta nesta matéria: mais leitores, mais vendas, maiores receitas), mas também em países demograficamente mais comparáveis como a Áustria, a Bélgica, os Países Baixos ou a Suíça.

Deixemos de nos contar tretas! Em tempos de digital e de internet, é agora mais que tempo de repensar os jornais e o jornalismo portugueses!…

  

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