Saber se fazer acolher e respeitar…

J.-M. Nobre-Correia

Porque vivi mais de 45 anos num país estrangeiro, onde fui refugiado político das Nações Unidas durante os primeiros oito nos, e conheço portanto os princípios (legais, culturais e sociais) que tive que respeitar para com o país e o povo que me acolheram, confesso que a agitação atual do mundo político português provocada por atitudes da Embaixada da Ucrânia e por residentes ucranianos em Portugal me choca profundamente.

Durante os anos 1960 e início dos anos 1970, a numerosa comunidade portuguesa na Bélgica foi tudo menos amorfa e foi até mesmo social, cultural e politicamente bastante ativa. Sem nunca ter criado incidentes com o mundo político belga e com os poderes constituídos da Bélgica.

Os meios ucranianos instalados ou mesmo refugiados em Portugal deveriam refletir no exemplo dos antigos exilados refugiados portugueses, se não quiserem suscitar inevitavelmente atitudes de rejeição na sociedade que os acolheu… Começando o meio diplomático ucraniano em Portugal por dar o bom exemplo aos seus concidadãos e respeitar ele próprio os mais elementares princípios do estatuto diplomático…

Depois, se eles souberem respeitar a democracia e o Estado de direito portugueses, assim como os cidadãos deste país, só lhes poderemos desejar as boas vindas. E desejar também que a Ucrânia venha a ser de novo um país independente e livre…

Portugal não deve, não pode ser transformado em terreno de confrontação entre estrangeiros, e mais concretamente entre ucranianos e russos!…

  

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