A aleatoriedade de um sonho
J.-M. Nobre-Correia
Eu sei!, eu sei!: quando vemos uma apresentadora discreta e não tendenciosa na formulação das suas intervenções, como é o caso desde ontem, somos muitos, muitos a sonhar que um dos apresentadores habituais tenha finalmente desaparecido dos ecrãs da RTP!
Todos sabem de que apresentador se trata: daquele cheio de tiques faciais e gestuais, que faz frases com suspenses a propósito de tudo e de nada, e que acaba escandalosamente com um piscar do olho (que nenhuma televisão com um mínimo de exigência profissional deveria tolerar).
Mas também daquele que agora faz revisionismo a propósito da trágica história dos nazis em relação às futuras vítimas do genocídio. E. aquele também que ainda há dias começou por introduzir uma entrevista com o principal responsável do programa de vacinação anti-covid, fazendo afirmações factualmente falsas. Dois casos recentes que teriam provocado um afastamento de qualquer televisão decente de um país europeu de velha democracia.
Eu sei!, eu sei!: somos muitos a sonhar com tal afastamento por uma razão de salubridade jornalística e democrática. Mas todos sabemos também que a RTP é uma instituição onde não há autoridade, onde ninguém manda e onde muitos criaram o seu próprio feudo no qual fazem exatamente o que querem, como querem e lhes apetece…
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